Cada vez mais, a transparência dos processos produtivos e das práticas da indústria da moda têm sido questionadas e se tornado uma vantagem competitiva entre as empresas, além de atrair os consumidores mais conscientes. No Brasil, as micro e pequenas empresas formam a grande base volumosa da cadeia de fornecimento das grandes empresas, representando, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mais de 70% dos negócios do segmento no País.
"Transparência não significa sustentabilidade, mas um importante instrumento que joga luz ao longo de todas as etapas da cadeia de valor da indústria da moda - desde a extração da matéria-prima ate o descarte", afirma a diretora educacional do Fashion Revolution Brasil e professora de Design Sustentável do IED-SP, Eloisa Artuso. A especialista lembra que a transparência é o início e não um fim. "É o primeiro passo da jornada que leva à responsabilização e prestação de contas que, por sua vez, levam a mudanças na prática."
Na avaliação da analista de competitividade do Sebrae, Verônica Couto, as micro e pequenas empresas podem contribuir para uma atuação mais propositiva no que tange a transparência. "Temos iniciativas de pequenos negócios que nascem sustentáveis, com uma preocupação genuína e real dos impactos sociais e ambientais que causam no mundo, colocando seu modelo de negócio à prova do consumidor mais informado e engajado. São empresas que entendem que o negócio sustentável economicamente para um novo mundo que se desenha é também um negócio sustentável que gera impactos positivos no ser humano e no meio ambiente", comenta.