Indústria da moda cada vez mais transparente

02.03.2022 - Michel Pozzebon | Jornal Exclusivo

Cada vez mais, a transparência dos processos produtivos e das práticas da indústria da moda têm sido questionadas e se tornado uma vantagem competitiva entre as empresas, além de atrair os consumidores mais conscientes. No Brasil, as micro e pequenas empresas formam a grande base volumosa da cadeia de fornecimento das grandes empresas, representando, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mais de 70% dos negócios do segmento no País.

"Transparência não significa sustentabilidade, mas um importante instrumento que joga luz ao longo de todas as etapas da cadeia de valor da indústria da moda - desde a extração da matéria-prima ate o descarte", afirma a diretora educacional do Fashion Revolution Brasil e professora de Design Sustentável do IED-SP, Eloisa Artuso. A especialista lembra que a transparência é o início e não um fim. "É o primeiro passo da jornada que leva à responsabilização e prestação de contas que, por sua vez, levam a mudanças na prática."

Na avaliação da analista de competitividade do Sebrae, Verônica Couto, as micro e pequenas empresas podem contribuir para uma atuação mais propositiva no que tange a transparência. "Temos iniciativas de pequenos negócios que nascem sustentáveis, com uma preocupação genuína e real dos impactos sociais e ambientais que causam no mundo, colocando seu modelo de negócio à prova do consumidor mais informado e engajado. São empresas que entendem que o negócio sustentável economicamente para um novo mundo que se desenha é também um negócio sustentável que gera impactos positivos no ser humano e no meio ambiente", comenta.

Socioambiental

Foto: Michel Pozzebon/GES-Especial
Tricouro produz bolsas com materiais reaproveitados das sobras das indústrias calçadistas
A Tricouro (Campo Bom/RS) produz bolsas confeccionadas à mão, com técnicas como tricô e crochê, em material que é parte reaproveitado das sobras da própria empresa e de indústrias calçadistas. O trabalho envolve artesãos e apenadas de duas penitenciárias do sistema prisional gaúcho, que atuam na confecção de peças produzidas com couro trançado. Pela atividade, as presas trabalhadoras recebem 75% do salário mínimo nacional, além da remição da pena (diminuição da pena em um dia a cada três trabalhados). “Além do valor comercial dos produtos, importa muito o trabalho social que está envolvido na sua confecção. E é muito satisfatório saber que participamos de um projeto que pode mudar a vida das pessoas, para melhor”, afirma o diretor da Tricouro, Peterson Schulenburg.

VÍDEO

+ VEJA MAIS

AGENDA

+ VEJA MAIS

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Cadastre seu e-mail para receber as novidades do Exclusivo.

Seu email foi cadastrado com sucesso.