Produção de calçados deve ser 3% maior neste ano

11.01.2022 - Michel Pozzebon | Jornal Exclusivo

Com cinco mil fábricas, que geram 280 mil empregos diretos, o Brasil, quinto maior produtor mundial de calçados, estima produzir neste ano 880 milhões de pares, o que representa um crescimento de 3% em relação à 2021. "Estimamos a continuidade da recuperação registrada a partir do segundo semestre do ano passado. A projeção de crescimento ainda fica 6% abaixo dos níveis produtivos pré-pandemia", observa o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira.

As exportações de calçados devem crescer 5% em volume, resultado 7,5% maior que o de 2019 (pré-pandemia). "A estimativa é de que a indústria calçadista, como acontece tradicionalmente, cresça acima do PIB brasileiro", completa o executivo.

Componentes

A logística internacional seguirá impactando o setor de componentes em 2022. "As exportações são uma alternativa importante, justamente pela falta de matéria-prima no mercado internacional, principalmente na América Latina. Será um ano de reorganização da cadeia produtiva", sustenta a superintendente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Silvana Dilly.

Couro

O presidente-executivo do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), José Fernando Bello, acredita que o aumento do custo dos fretes internacionais, que afetou os negócios no mercado externo no ano passado, devam ser equacionado ao longo de 2022. "Poderemos ter uma melhora nas questões da logística internacional, que foi o grande desafio em 2021 para todos que exportam."

Máquinas

“O aumento da inflação e dos juros deve trazer uma diminuição do crescimento do PIB, o que pode afetar o consumo de calçados no mercado interno e os investimentos em bens de capital”, comenta o vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), André da Rocha. Segundo ele, o ano eleitoral deve ser acompanhado de alta volatilidade. “Os dados atuais reforçam a polarização dos eleitores. Há uma certa apreensão sobre o impacto da inflação no poder de compra das pessoas e da tensão social que isto pode gerar em 2022”, aponta.

O dirigente estima que a expectativa de aumento nas exportações de calçados pode compensar
alguma variação negativa no consumo doméstico, gerando algum potencial de investimento.

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