Saiba quanto o setor calçadista prevê crescer em 2022

07.10.2021 -

Experimentando uma retomada na atividade em 2021, o setor calçadista prevê crescimento médio de 12,2% em 2021. Já para o ano que vem, com uma projeção de crescimento da economia brasileira estimada em 1,57%, a previsão é de que o setor cresça 2,6% - números que estão sendo constantemente revisados.

Os dados foram apresentados ontem, em evento realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). O Análise de Cenários, ocorrido no formato digital, contou com apresentações da coordenadora de Inteligência de Mercado da Abicalçados, Priscila Linck, e do doutor em economia e consultor setorial Marcos Lélis.

No cenário internacional, algumas dúvidas deixam a economia brasileira em compasso de espera. As duas principais são o aumento da inflação nos Estados Unidos, que deve fazer com que o País eleve sua taxa de juros, e o desaquecimento da economia chinesa, evidenciada nas dificuldades da Evergrande. “O aumento da taxa de juros nos Estados Unidos irá diminuir a liquidez no mercado mundial, tendo impacto considerável no câmbio e na inflação brasileira, que já está alta”, explica Lélis, ressaltando que analistas já projetam inflação de dois dígitos até o final do ano.

Ele destacou, ainda, que o Brasil não recuperou os empregos perdidos durante a pandemia, o que reflete na queda da confiança dos consumidores, que tem impacto direto no consumo doméstico, justamente onde são comercializados mais de 85% dos calçados produzidos no País.

Calçados
No segundo semestre deste ano as taxas de crescimento do setor devem desacelerar diante da base mais consolidada do mesmo período de 2020, quando a atividade já dava sinais de retomada. A projeção é de um crescimento médio de 12,2%, chegando a uma produção total de 857 milhões de pares, quase 100 milhões a mais do que no ano passado. Mesmo com o resultado, Priscila ressalta que o setor deve seguir abaixo do nível pré-pandemia, em 2019, em cerca de 8%. Entre janeiro e agosto, dado mais recente, o setor produziu 512 milhões de pares, 26% mais do que no mesmo período do ano passado e 15,5% menos do que no período correspondente de 2019.

De acordo com a coordenadora, o crescimento do setor no Brasil está menos intenso do que o dos principais produtores de calçados do mundo. Na China, principal produtor mundial do setor, a atividade no primeiro semestre de 2021 está apenas 7% abaixo dos níveis pré-pandemia, em 2019. Na Índia, segundo produtor mundial, a atividade está 15% abaixo de 2019, no Vietnã (3º produtor) ela já está 11% acima e na Indonésia (4º produtor) 14% abaixo. Atualmente, o Brasil é o quinto produtor mundial do setor.

Expectativas para 2022
Para 2022, mesmo em meio a um cenário de incertezas, especialmente no mercado doméstico, a Inteligência de Mercado da Abicalçados aponta para uma expectativa de crescimento médio de 2,6% na produção de calçados, totalizando 879 milhões de pares, 22 milhões a mais do que a projeção para o ano corrente. Mesmo com o resultado, segundo Priscila Linck, a atividade ainda ficaria abaixo dos níveis pré-pandemia, em 2019, em cerca de 6%. Em 2019, foram produzidos 936 milhões de pares de calçados. “Para alcançar os níveis pré-pandemia o setor deverá crescer 9% no próximo ano, o que é muito difícil devido à conjuntura econômica”, explica.

Assim como em 2021, as exportações devem ser o motor do crescimento do setor calçadista em 2022 (neste o ano a previsão é de um crescimento 25%, em pares, na relação com 2020). Segundo projeções da Abicalçados, em 2022 as exportações, em volume, devem crescer 5,1%, ficando 7% acima do resultado de 2019. Em números fechados, o setor deve exportar 124 milhões de pares, 6 milhões a mais do que a projeção de 2021. Com o resultado, o coeficiente de exportação - percentual da produção nacional exportado - deve passar de 12% para 14%.

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