Cresce a demanda por calçados de segurança no País

19.05.2021 - Michel Pozzebon

New Sense Safety
A diminuição da renda do trabalhador, o desemprego e o fechamento do varejo físico, ao longo de 2020, refletiram diretamente no consumo de calçados no Brasil. Por outro lado, a pandemia da Covid-19 impactou positivamente na demanda por um tipo de calçado específico: o de segurança. A procura pelo Equipamento de Proteção Individual (EPI), utilizado por profissionais de diversas áreas, como a da saúde, por exemplo, aumentou. No ano passado, foram produzidos no País 41,6 milhões de pares de calçados de segurança, o que corresponde a 5,4% da produção nacional de calçados, um crescimento de 1% em relação a 2019, segundo o Relatório Setorial da Indústria de Calçados do Brasil 2021, divulgado em abril pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).

O empresário hamburguense Deivis Gonçalves não só resolveu apostar no segmento de calçados de segurança, como também buscou transformar o EPI em um produto de moda. Em abril, ao lado do sócio James Lourenço, lançou a New Sense Safety, uma marca de calçado com visual esportivo e itens de moda, que foge das características tradicionais do calçado de segurança.

Segundo ele, foram dois anos de pesquisa, desenvolvimento e de certificação (CA - Certificado de Aprovação emitido pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia), até o produto chegar ao mercado. "O segmento de EPIs ganhou bastante visibilidade com a pandemia, com o consumidor buscando calçados com solado antiviral, por exemplo. No nosso caso, desenvolvemos um EPI que alia segurança, conforto, design e moda, podendo ser utilizado durante todo o dia, não só no trabalho", comenta.

Investimento e crescimento

A Canadá EPI, de Estância Velha, que produz calçados de segurança da marca Sticky Shoe, investiu R$ 2 milhões em novas tecnologias no começo do ano. Neste primeiro trimestre, a fabricante registrou um crescimento da ordem de 8,5% nos negócios em relação ao mesmo período de 2020. "Acreditamos que os investimentos que fizemos nos permitirão acessar novos mercados até então inexplorados, nos dando uma perspectiva de crescimento de 30% a 40% neste ano", afirma o diretor comercial da Canadá EPI, Joanito Marques de Souza.

Ao longo da pandemia, a companhia doou o equivalente a R$ 500 mil em calçados de segurança para equipes médicas, que atuam na linha de frente do combate à Covid-19, em hospitais públicos do Vale do Sinos.

Reforço na atuação

No ano passado, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) reforçou a sua atuação junto aos fabricantes de EPIs. "A instituição tem trabalhado no desenvolvimento e na certificação de produtos para indústrias tradicionais deste segmento, e para empresas que se reinventaram criando linhas de produção para suprir o mercado neste momento. Durante esta fase procuramos desenvolver soluções customizadas, para atender cada cliente", observa o presidente-executivo do IBTeC, Paulo Griebeler.

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