home> Negocios> Cautela, otimismo e projeção de crescimento marcam o primeiro trimestre dos calçadistas
Apesar do agravamento da pandemia do coronavírus no Brasil, cautela, otimismo e crescimento seguem sendo as palavras de ordem dos calçadistas nos três primeiros meses de 2021.
Na avaliação do diretor administrativo, financeiro e relações com investidores da Vulcabras (Jundiaí/SP), Wagner Dantas, o momento é bastante delicado. "As decisões, apesar de precisarem ser tomadas na velocidade que a crise exige, precisam ser bem analisadas e assertivas. É assim que temos atuado desde o momento inicial da pandemia. O impacto em diversos setores é grande, e vem sendo enfrentada no mundo todo", observa. O executivo pontua que a velocidade em que a companhia vem tomado suas decisões estratégicas tem contribuído para minimizar os impactos da pandemia nos negócios. "Isso aliado ao nosso modelo de negócio e à nossa expertise nos permite ter agilidade e tem reduzido o impacto no nosso negócio", sustenta Dantas.
No quarto trimestre de 2020, a Vulcabras apresentou receita líquida de R$ 459,1 milhões, EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 73,9 milhões, e lucro líquido no período de R$ 54,6 milhões, um aumento de 22,8% e 21,1% respectivamente em relação ao 4T19. "Em um trimestre de phase-out (interrupção de produção) da operação do feminino e ainda sem a Mizuno no portfólio, conseguimos um crescimento expressivo dos nossos resultados, mostrando a capacidade da empresa em se adaptar muito rapidamente as novas condições do mercado", contextualiza o executivo. Dantas acrescenta que a resposta acelerada da companhia reforçou sua posição como parceira estratégica na retomada do varejo e proporcionou o crescimento de participação de mercado de suas marcas.
O dirigente da Abicalçados reforça que, apesar das incertezas e do cenário de dificuldades, o setor calçadista mantém a projeção de crescimento para 2021 a partir do avanço da vacinação e do consequente retorno à normalidade, com o varejo em funcionamento.
Segundo a entidade, a produção calçadista cresceu 7% em janeiro, devido especialmente à melhora na demanda no final do ano passado. Esse crescimento, consequentemente, teve reflexo positivo no emprego, com a criação de 10 mil postos no primeiro mês do ano. "No entanto, o recrudescimento da pandemia do coronavírus pode frustrar essa breve recuperação esperada para o trimestre", observa Ferreira.
Apesar do cenário adverso e da falta de previsibilidade, o setor calçadista segue mantendo as projeções de crescimento para 2021. "Acreditamos que até o final do ano deve haver algum crescimento, especialmente diante da base terrível de 2020. Porém ainda ficaremos muito aquém do nível pré-crise, de 2019", aponta o presidente-executivo da Abicalçados.
No ano passado, a indústria calçadista perdeu 21 mil postos de trabalhos, com uma redução de 18,4% na produção de calçados, para algo em torno de 760 milhões de pares, o mais baixo nível em 16 anos." Não existia demanda devido às restrições ao comércio físico, que responde por 85% das vendas do setor calçadista. Foi um ano terrível, para se esquecer", completa Ferreira.