Gigantes da indústria do couro flexibilizam negócios

03.02.2021 - Michel Pozzebon / Jornal Exclusivo

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Com loja física estruturada, Curtume Krumenauer criou há sete meses o e-commerce Sculp

As indústrias de curtumes são empresas tradicionais e nem por isso têm deixado de se reinventar. Essa reinvenção, em parte, é sustentada pela adoção de estratégias diferenciadas, pouco exploradas no País, para a comercialização de seus produtos de alto valor agregado. Até algum tempo, algumas companhias estipulavam uma quantidade mínima para a venda de matéria-prima – algo em torno de 200 metros quadrados (m²) e com um preço superior a 100 reais por metro. O que para empresas de pequeno porte acabava inviabilizando a compra de couro, tanto pelo volume mínimo quanto pelo valor. De olho nisso, gigantes do setor coureiro, que acabavam destinando mais de 90% de sua produção para o mercado externo, enxergaram uma oportunidade no quintal de casa: vender couro para artesãos e pequenas empresas brasileiras, sem quantidade mínima.

De acordo com o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), no último ano surgiu com mais intensidade o movimento de empresas do setor abrindo frentes de venda on-line, sem quantidades mínimas. “São curtumes de todos os portes, inclusive gigantes de indústria, disponibilizando couros com a mesma qualidade pela qual o produto brasileiro é reconhecido nos maiores clientes do mundo”, observa o presidente-executivo do CICB, José Fernando Bello.

Realidade dos pequenos negócios

O Curtume Krumenauer (Portão/RS), que exporta 95% de sua produção, estava com dificuldades para atender os volumes do mercado interno: o lote padrão da empresa era 250 m² e para que pudesse viabilizar negócios no mercado doméstico, reduziu essa quantidade para 150 m². E, há sete meses, a companhia criou a Sculp, uma loja on-line para venda de couros sem quantidade mínima. “É um trabalho a longo prazo, em que não conhecemos exatamente o potencial deste mercado, mas acreditamos que exista um nicho para crescimento bem razoável e representativo”, afirma o diretor comercial da empresa, Joel Krumenauer.

Conectando elos da cadeia de valor

A JBS Couros (São Paulo/SP) criou em dezembro do ano passado a Leather Labs, plataforma digital para venda de couro em pequenas quantidades. Com o novo negócio, a expectativa da companhia é incrementar a comercialização de couros acabados e semiacabados no Brasil em até 60%, em um ano. Ao longo de 2021, a ideia é estender o atendimento ao mercado internacional. “Estamos conectando os elos da nossa cadeia de valor para que todos possam produzir peças com as mesmas peles de padrão internacional”, pontua o presidente da JBS Couros, Guilherme Motta.

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