O que esperar da indústria calçadista para 2021

13.01.2021 - Luana Rodrigues

Em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira, 13, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) divulgou dados referentes à produção e exportação ao longo de 2020. Por conta do cenário atípico motivado pela pandemia do novo coronavírus, entre janeiro e novembro houve queda de 23,4% na produção, com redução de 200,2 milhões de pares de calçados em relação ao ano anterior. Nos 11 meses do ano foram produzidos 654,1 milhões de pares ante os 854,3 milhões de 2019. Os números colocam a produção nos mesmos níveis de 16 anos atrás.

De acordo com o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, uma leve reação iniciou a partir do segundo semestre, com melhora acentuada no último trimestre do ano. Novembro, inclusive, apresentou números superiores de produção na comparação com o mesmo mês em 2019, o que amenizou os percentuais de queda na indústria calçadista, cuja projeção inicial era de encerrar 2020 com retração de 25%.

Já a exportação está com seus dados consolidados. Ao longo de doze meses, houve queda de 32,3% em receita (de 972 para 658,8, ou seja, menos US$ 313,7 milhões). A fabricação fechou com redução de 18,6% em pares de calçados (passando de 115,2 para 93,8 milhões). Estes números levam o Brasil para patamares de 37 anos atrás.

Conforme Ferreira, os estados que mais exportaram em 2020 foram Rio Grande do Sul, Ceará e São Paulo. Já os principais destinos foram Estados Unidos, Argentina e França. No entanto, a tendência é de que a França logo ocupe o posto dos hermanos por conta da forte produção de calçados no Brasil por meio da marca Veja, que produz em solo brasileiro e exporta para o mundo todo. Além disso, as barreiras comerciais com a Argentina estão cada vez mais acentuadas - um exemplo é o que ocorre com as licenças não-automáticas - além da crise que atinge o País.

PARA 2021

A principal pauta para o setor em 2021 é a renovação e ampliação do direito antidumping, que atualmente é aplicado contra calçados importados da China com o objetivo de garantir a concorrência leal no mercado interno brasileiro. A sobretaxa, atualmente em US$ 10,22 por par importado da China, vence em março de 2021.

Além da renovação da medida, a Abicalçados está pleiteando a ampliação do direito para Vietnã e Indonésia, países que também utilizam o dumping para competir nos seus principais mercados, caso do Brasil.

Ferreira ainda citou como pontos principais na pauta da entidade para 2021 as reformas tributárias e administrativas, que impactam diretamente no setor, além de uma tentativa de redução do Custo Brasil. Outro foco da entidade é o fortalecimento do programa Origem Sustentável. 


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