Reoneração da folha pode resultar na perda de 15 mil postos de trabalho no setor

03.11.2020 - Redação Jornal Exclusivo

A indústria calçadista é um dos setores beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos. Nesta quarta-feira, 4 de novembro, ocorre no Congresso Nacional a votação para a derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro para a manutenção da medida, que permite a substituição da contribuição de 20% sobre a folha de salários por 1,5% do faturamento. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), uma possível reoneração a partir de 2021 pode impactar em mais de R$ 572 milhões em carga tributária para as empresas do setor, o que causaria a perda de mais de 15 mil postos ao longo do ano.

O setor calçadista foi um dos segmentos que mais sofreu durante a pandemia do novo coronavírus. Extremamente dependente do mercado doméstico, que absorve mais de 85% da produção de calçados brasileiros, o segmento deve fechar o ano cerca de 25% menor, voltando a patamares de 16 anos atrás.

Com as restrições ao varejo físico, o setor também viu o nível de emprego despencar em mais de 14% no comparativo com 2019. “Por outro lado, tão logo começaram a ocorrer as flexibilizações para o comércio, as contratações foram quase imediatas. Nos últimos três meses do balanço (julho, agosto e setembro), acumulamos saldo positivo de quase 19 mil postos, sendo mais de 11,4 mil somente no mês nove”, avalia o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, ressaltando que a indústria calçadista é intensiva em mão de obra e responde rapidamente aos estímulos econômicos. “Assim como se responde positivamente, responde negativamente quando a economia vai mal. Por isso, a reoneração pode ter um impacto muito forte para um setor que vem se recuperando gradativamente de todos os estragos provocados por esse ano de pandemia”, destaca.

Atraso

Outro ponto é o atraso da votação da derrubada do veto presidencial, retirada da pauta pelo presidente do Senado Davi Alcolumbre no dia 30 de setembro. “Em meados de novembro já temos a primeira feira calçadista para apresentação das coleções de Inverno e as empresas não sabem o que irá acontecer, nem mesmo para a precificação do produto”, conclui o executivo, ressaltando que a expectativa do setor calçadista é de que o Congresso derrube o veto.

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