País registra 8,9 milhões de desempregados no segundo trimestre

06.08.2020 - Redação Jornal Exclusivo

O segundo trimestre de 2020 registrou recorde na redução de 9,6% no número de pessoas ocupadas no Brasil. No total, 8,9 milhões de pessoas perderam seus postos de trabalho de abril a junho, em relação ao período de janeiro a março. Com isso, a população ocupada ficou em 83,3 milhões, o menor nível da série histórica, iniciada em 2012. Na comparação com o mesmo período de 2019, a queda foi de 10,7%.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 6 de agosto, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o primeiro trimestre do ano, a taxa de desocupação subiu 1,1 ponto percentual e fechou o segundo trimestre em 13,3%.

Por outro lado, o número de desocupados ficou estável em 12,8 milhões de pessoas. Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, essa estabilidade na desocupação se explica pela redução da força de trabalho, que soma as pessoas ocupadas e as desocupadas. “Essa taxa é fruto de um percentual de desocupados dentro da força de trabalho. Como a força de trabalho sofreu queda recorde de 8,5% em função da redução no número de ocupados, a taxa cresce percentualmente mesmo diante da estabilidade da população desocupada”, frisa Adriana.

Força de trabalho potencial

A força de trabalho potencial chegou a 13,5 milhões de pessoas, com a entrada de 5,2 milhões de pessoas na categoria. Esse grupo reúne pessoas disponíveis para trabalhar, mas que não se enquadram como ocupados nem como desocupados. Segundo Adriana, motivos ligados à pandemia de Covid-19 foram alegados por boa parte das pessoas por não estarem trabalhando.

O nível da ocupação caiu 5,6 pontos percentuais frente ao trimestre anterior, atingindo 47,9%, o menor da série histórica. A população subutilizada cresceu 15,7%, chegando a 29,1%, um total de 31,9 milhões de pessoas. Já a população fora da força de trabalho chegou a 77,8 milhões de pessoas, o maior contingente da série histórica, com crescimento recorde de 15,6%, ou 10,5 milhões de pessoas, na comparação trimestral.

Comércio

Todos os setores analisados pela Pnad Contínua sofreram perdas no número de ocupados. A área mais atingida foi o comércio, onde 2,1 milhões de pessoas perderam suas vagas, uma queda de 12,3% na comparação trimestral.

Carteira assinada

O número de postos de trabalho com carteira assinada no setor privado chegou ao mais baixo patamar da série histórica - 30,2 milhões de pessoas empregadas formalmente - uma queda de 8,9%, que corresponde a 2,9 milhões de pessoas.

Os empregadores ficaram em 4 milhões de pessoas, uma queda de 9,8% em relação ao primeiro trimestre de 2020. O grupo de empregados no setor público, incluindo servidores estatutários e militares, chegou a 12,4 milhões, um aumento de 6,1%.

VÍDEO

+ VEJA MAIS

AGENDA

+ VEJA MAIS

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Cadastre seu e-mail para receber as novidades do Exclusivo.