Fomentar a criatividade gera personalidade, diz Caito Maia no SICC digital

07.07.2020 - Michel Pozzebon / Jornal Exclusivo

Foto: Dinarci Borges/Divulgação
Fundador da marca Chilli Beans participou de live do eMerkator Talks
Valor agregado e diferenciais competitivos, termos comumente falados e almejados pelos calçadistas, podem ser potencializados com a criatividade. A avaliação é de Caito Maia, fundador da marca de óculos e acessórios Chilli Beans, que participou nesta terça-feira, 7 de julho, do eMerkator Talks, painel da edição digital do Salão Internacional do Couro e do Calçado (SICC). "Temos que seguir tendências, mas é preciso incentivar a criatividade. Fomentando a criatividade geramos personalidade", frisa.

Apego pode ser fatal

Em se tratando do varejo no pós-pandemia da Covid-19, Caito destaca que as lojas precisam pensar em como suprir as necessidades básicas da população, mesmo que isso signifique mudar os produtos comercializados. "Nesse tempo que estou em casa, estou me refazendo, criando, reinventando. Este é um exercício que todos devem fazer. Pensar em como será a sociedade depois que tudo passar, para que estejam preparadas. O apego nesse momento pode ser fatal", salienta.

Vendas pelo telefone e WhatsApp

Com praticamente todas as suas 917 lojas fechadas, a Chilli Beans está usando a criatividade para seguir com as vendas durante a pandemia. A companhia tem apostado suas fichas em um modelo de venda comissionada, no qual os vendedores oferecem os produtos diretamente para os clientes pelo telefone ou WhatsApp. No futuro, o plano é fazer a venda na casa dos consumidores, usando maletas personalizadas da marca. A brand colocou em ação um plano envolvendo seus mais de 6 mil vendedores. Cada um deles têm um código personalizado para ser usado na loja digital e cada um deles está em contato com uma média de 100 clientes para oferecer os produtos da marca. “Eles ligam, mandam as fotos do produto e informam seus códigos, assim o cliente tem desconto e eles e os franqueados ganham uma comissão pela venda”, explica Caito.

Vendas sem vitrine

Caito reforçou que as marcas necessitam estar cada vez mais próximas do consumidor. O empreendedor deu o exemplo de quando criou a Chilli Beans. "Nossas lojas não têm vitrines. Sem vitrines você abre os braços. Você deixa o produto mais a mão do consumidor. Você dá o recado: 'eu confio em você, sinta-se em casa'", disse.

Lançamentos toda a semana

A cada semana a Chilli Beans apresenta uma nova coleção com 20 itens (dez óculos de sol, cinco óculos de grau e cinco relógios). "Focamos em microlançamentos para atrair o consumidor. Aprendemos a girar o produto. Nosso estoque é de três semanas. Quase 60% do nosso portfólio é garantia de venda", comenta Caito.

Varejo do futuro

Na visão do empreendedor, o varejo do futuro vai se basear em dois fundamentos: mutação e relacionamento. "O varejo precisa ser mutante e se adaptar ao mercado ao mesmo tempo que ele necessita saber se relacionar com o consumidor", analisa.

O pós-pandemia

Dentre as possíveis mudanças no mundo pós-coronavírus, Maia falou de uma em especial, a da relação entre as pessoas. “O que mais gosto de falar nesse momento é de respeito com o ser humano. O futuro das empresas de sucesso está em como as pessoas se relacionam e, dessa maneira, conseguem extrair o melhor de cada um”, disse.

Físico versus on-line

Questionado sobre como o comércio on-line está agindo e qual será o papel das lojas físicas no futuro, Caito disse que espera uma valorização muito maior do espaço físico pelos clientes. "As pessoas vão querer pegar o produto na mão, sentir o cheiro, conversar com um vendedor cara a cara e andar pelos shoppings quando tudo isso passar. O comércio eletrônico e o físico se complementam."

O painel do eMerkator Talks com Caito Maia teve a mediação do publicitário Maicon Dias.

O SICC é promovido pela Merkator Feiras e Eventos.

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