Caged aponta mais de 52 mil demissões no setor calçadista brasileiro

01.07.2020 - Nicolle Frapiccini/Jornal NH

Os últimos dados divulgados nesta semana pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) surpreenderam negativamente a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Afinal, a entidade projetava, em função do avanço da pandemia, que o setor perderia 57 mil postos de trabalho neste ano. Além disso, o levantamento feito pela entidade com as empresas associadas mostrava que até a metade de junho, mais de 36 mil profissionais já haviam sido demitidos. Entretanto, os dados que voltaram a ser liberados pelo governo federal mostraram que o cenário é mais grave.

Ao analisarmos mensalmente, até maio, que é o último dado disponibilizado, as fábricas brasileiras de calçados desligaram 52.539 profissionais desde março. Número bem superior ao apontado no levantamento com os associados da entidade.

O saldo Caged das indústrias calçadistas, que corresponde ao total de admissões menos os desligamentos, ficou no vermelho pela primeira vez neste ano no mês de março. Em janeiro e fevereiro, foi positivo, o que reforça a expectativa que o setor tinha no início do ano, antes da pandemia. O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, revelou que a entidade não esperava uma diferença tão grande. "Imaginávamos uma diferença porque o nosso levantamento é feito com os associados da Abicalçados, mas não tão expressiva."

Os dados de emprego até maio no setor calçadista devem fazer com que a Abicalçados reavalie a estimativa de postos de trabalho perdidos no setor este ano. Até porque, do que a entidade projetava até dezembro deste ano, e do consolidado pelo Caged até maio, a diferença é de apenas 5 mil empregos. Fato é que as fábricas em fevereiro empregavam 284.576 profissionais no País, número que agora é de 232.037.

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