Pesquisa do Senai testa tecido contra o novo coronavírus

25.06.2020 - Redação Jornal Exclusivo

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) pesquisa um tecido que possa ter proteção antiviral contra o novo coronavírus (Covid-19). O projeto é desenvolvido pelo Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Senai CETIQT) em parceria com a indústria têxtil Diklatex (Joinville/SC) e o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). O estudo consiste no desenvolvimento de têxteis funcionais com propriedades antivirais e já conta com pesquisas e testes de eficácia sendo realizados.

A expectativa é que sejam produzidas 600 mil peças por mês, entre máscaras, aventais e scrubs, que contarão com compostos químicos que já conseguiram inativar os vírus do sarampo e da caxumba em testes. A observação da eficácia em relação ao coronavírus está em execução e terá os resultados divulgados até o final de junho de 2020. Desde março, equipes com médicos, microbiologistas, engenheiros têxteis, de materiais e químicos, trabalham no desenvolvimento da solução.

“A plataforma de inovação em fibras trabalha em soluções inovadoras que envolvem o mapeando de matérias-primas alternativas, o desenvolvimento de novas formulações para funcionalização de antivirais em substratos têxteis e ajustes de processo aplicação. Temos o apoio do Instituto SENAI de Tecnologia Têxtil e de Confecção na produção de protótipos de itens hospitalares. A Bio-Manguinhos/Fiocruz é um parceiro importante em nosso desenvolvimento para determinação antiviral no artigo têxtil”, afirma Adriano Passos, coordenador da plataforma de Fibras do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras, organização integrante do Senai CETIQT.

Testes

A Bio-Manguinhos/Fiocruz está testando, experimentalmente, a ação antiviral do tecido no Laboratório de Tecnologia Virológica (Latev). Segundo a chefe do laboratório, Sheila Maria Barbosa de Lima, os estudos foram iniciados usando como modelo outros vírus de transmissão respiratória, como os de sarampo e caxumba, agentes biológicos que podem ser manipulados em laboratório com Nível de Biossegurança 2 (NB-2) e que possuem modo de transmissão semelhantes ao Sars-CoV-2.

“Nossos resultados preliminares demonstraram que amostras de tecidos formulados pela Diklatex foram capazes de inativar 99% das partículas virais (sarampo ou caxumba), nos ensaios in vitro. Os tecidos com maior ação antiviral serão selecionados para a próxima etapa do estudo que irá avaliar a eficiência antiviral dos têxteis contra o Sars-CoV-2 em laboratórios NB-3. Até o momento, os resultados alcançados são promissores e a expectativa é que em curto prazo seja comprovada a ação antiviral também contra o novo coronavírus”, conclui a chefe do Latev, Waleska Schwarcz.

Eduardo Habitzreuter, engenheiro têxtil da Diklatex, cita a importância da valorização a produção e toda a cadeia nacional. “Este projeto produziu e agrega muitos conhecimentos técnicos, já que depois desta pandemia poderemos ampliar ainda mais o espectro de aplicações têxteis diferenciadas, produzindo soluções inovadoras que quebrarão alguns paradigmas do mercado e até mesmo uma maior independência nacional em relação à estas soluções”.

O projeto é financiado com recursos do Edital de Inovação para a Indústria (SENAI) e pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

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