Empresas de componentes sentem queda

22.05.2020 - Nicolle Frapiccini/Jornal NH

Inadimplência. Termo que voltou a aparecer com força no ambiente corporativo em função do desafiador e turbulento cenário econômico por causa da pandemia do novo coronavírus, também é considerado um dos principais problemas enfrentados pelas empresas brasileiras de componentes para couro, calçados e artefatos. Segmento que, na avaliação da superintendente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Ilse Maria Biason Guimarães, é um dos que mais está sofrendo com a conjuntura atual.

"Estamos no meio de toda a história. De um lado os varejistas que não conseguem vender suas mercadorias e, em função disso, não conseguem pagar seus fornecedores. E de outro os calçadistas que por sua vez estão sem pedidos, com muitas inadimplências e prorrogações de contratos. Como fornecedores de materiais para a indústria calçadista estamos sendo impactados negativamente. A inadimplência está muito alta", afirma Ilse.

A superintendente conta que empresas do setor que antes da pandemia trabalhavam com um percentual de menos de 5% de descumprimento de pagamentos, agora enfrentam uma inadimplência que chega a 48%. "O setor já foi comunicado de que algumas calçadistas estão suspendendo suas produções. Todo dia chegam notícias de fechamento de indústrias e de demissões."

NÚMEROS

50% é o percentual de diminuição do setor de componentes em função da pandemia da Covid-19. Levantamento da Assintecal mostra que muitas empresas fecharam no País. Situação preocupa entidade. Dos poucos pedidos feitos, maioria é de amostras.

RETOMADA

A superintendente destaca que em um momento como este não adianta só ficar esperando o que vai acontecer. Ilse não pensa duas vezes e afirma que é preciso planejar. "Temos que projetar o que e como vamos fazer na retomada. E, claro, buscar ela", comenta. E por isso, a diretoria da Assintecal se reúne nesta semana para começar a esquematizar os pilares para uma retomada das atividades. "Entre eles está atender outros setores e a internacionalização. Percebemos que os países da América Latina estão buscando muitos materiais e as empresas brasileiras são uma referência", lembra a superintendente.

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