Exportações de couro têm queda de 18,3% no faturamento em março

As exportações de couro do Brasil tiveram recuo em março. No mês três foram comercializados 15,8 milhões de metros quadrados, que geraram US$ 97,2 milhões. Em comparação com o mesmo mês do ano passado, o resultado corresponde a quedas de 13,2% em volume e de 18,3% em faturamento. As informações são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Conforme análise do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), os volumes exportados em março começam a demonstrar um cenário preocupante, em que a estabilidade que até então era aparente, passa a dar lugar a quedas mais fortes, principalmente em couros WetBlue (WB). A Raspa WB ainda mantém crescimentos em valor e volume no trimestre, porém em março teve as primeiras quedas nos dois quesitos. Os crescimentos em volume dos couros acabados e semiacabados, neste último também em valor, passam a diminuir ou até negativar, tendo forte impacto no total das exportações.

"A média diária das exportações baixou, mas o maior número de dias úteis do mês de março favoreceu no total. Com a queda de WB, o couro Acabado passa a recuperar a participação em valor e volume, mostrando que a estabilidade das exportações neste estágio ainda tende a ser mais segura", analisa Rogerio Cunha, da área de inteligência comercial do CICB.

Segundo Cunha, os indicadores de preço de matéria-prima baixa e dólar valorizado já não são mais determinantes para manter os volumes. "Tudo passa a ser uma questão de demanda. Os próximos meses serão determinantes no resultado do ano, em que curtumes e manufatura já sentem os fortes impactos da pandemia", avalia.