Covid-19 traz uma nova realidade para o planeta

31.03.2020 - Ruan Nascimento Gabriela Cardoso

O novo coronavírus (Covid-19) foi descoberto há três meses, em 31 de dezembro de 2019, em Wuhan, na China. A doença, que tem sintomas semelhantes aos de uma gripe comum, como febre e tosse, evoluiu rapidamente em solo chinês, com casos isolados em outros países. No final de fevereiro, a transmissão se espalhou pelo mundo, atingindo também o Brasil. Da última edição impressa do Jornal Exclusivo, fechada em 6 de março, até esta atual, a doença tomou grandes proporções no País, evoluindo de 13 para 4.579 casos, e de zero para 159 mortes, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde em 30 de março.

Desde 11 de março, a Organização Mundial da saúde (OMS) declarou pandemia da Covid-19. São 700 mil infectados e 33.568 mortos até o dia 30 no mundo, segundo balanço da agência AFP. Como consequência, fronteiras estão fechadas, países decretaram o isolamento das pessoas em suas casas e bolsas de valores pelo mundo estão instáveis e acionaram o "circuit breaker" várias vezes - quando as operações são suspensas por um determinado período devido a uma forte queda.

No setor calçadista a produção parou, assim como as exportações. Feiras foram adiadas, férias coletivas decretadas, e também houve o enxugamento no quadro de funcionários em algumas unidades. O Governo Federal e entidades já defendem que a quarentena seja amenizada e o isolamento social se concentre apenas no grupo de risco, formado por idosos e pessoas que já tenham outras doenças. No entanto, algumas fabricantes de calçados mantém medidas para prevenir colaboradores, para que não fiquem doentes.

 

Piccadilly

De Igrejinha/RS, a empresa calçadista enviou comunicado em 19 de março, afirmando que deu licença remunerada a todos os colaboradores de 23 a 25 de março. Desde o dia 26, todo o quadro de funcionários da companhia entrou de férias por 30 dias. A previsão de retorno ao trabalho é para 27 de abril. Porém, algumas áreas específicas da empresa continuam com suas atividades, através da modalidade home office. "A marca reforça que esta é uma medida importante para proteger a todos e apoiar a comunidade no combate à disseminação da doença", diz a Piccadilly.

Calçados Beira Rio

A Calçados Beira Rio (Novo Hamburgo/RS) anunciou no dia 20 que deu férias coletivas para seus colaboradores desde 23 de março. A expectativa é de retorno dos funcionários em 6 de abril em todas as suas unidades, exceto na fábrica de Santa Clara do Sul/RS - esta com previsão de volta às atividades em 2 de abril. A empresa reforça que esta foi a decisão tomada no momento e que, conforme a evolução da Covid-19 no Brasil, poderá tomar outras medidas.

Ramarim

Em comunicado enviado ao Jornal Exclusivo no dia 20, o Grupo Ramarim (Nova Hartz/RS) informou que, seguindo as recomendações das autoridades, a empresa paralisou suas atividades em 23 de março. "Estas medidas são necessárias e muito importantes para proteger a todos nós e nossa comunidade, evitando a disseminação do Covid-19", reforça o presidente do grupo, Marco Lourenço Müller, através do comunicado. O retorno está previsto para acontecer em 13 de abril, para a unidade de Nova Hartz/RS, e 22 de abril para as demais.

Bibi

Diante do cenário atual e das recomendações de órgãos públicos, a Calçados Bibi (Parobé/RS) concedeu férias coletivas de 23 de março a 12 abril, aos colaboradores que atuam na fábrica da marca e na sede administrativa, ambas localizadas na cidade de Parobé/RS. Segundo comunicado enviado ao Jornal Exclusivo, o foco da empresa é cuidar da saúde, com o mínimo de pessoas trabalhando neste período, sendo que grande parte trabalha remotamente. Nestes 20 dias, a empresa tem monitorado o desenvolvimento do cenário para tomar outras medidas. Enquanto isso, todas as lojas da rede estão fechadas. As atividades serão efetuadas com foco no e-commerce, que funcionará normalmente com entrega para todo o País. Além disso, a marca desenvolveu uma ação em que 10% de cada compra online será enviada para a equipe de uma das lojas, que pode ser escolhida pelo próprio consumidor. Essa é uma das medidas adotadas pela empresa para minimizar os impactos.

Vulcabras Azaleia

Desde 23 de março, a Vulcabras Azaleia (Parobé/RS) paralisou suas atividades por um período de 21 dias. A maior parte dos 14 mil colaboradores da companhia está em férias coletivas, com exceção de alguns departamentos, que realizam atividades remotas neste momento, ou com sua equipe reduzida. A empresa diz em comunicado que "se sensibiliza com a situação e assume sua responsabilidade social no que diz respeito a seguir as orientações do governo e dos órgãos de saúde e contribuir com medidas preventivas para que a situação volte ao normal o quanto antes."

Grendene

O Grupo Grendene (Farroupilha/RS) também concedeu férias coletivas desde 23 de março, com retorno inicialmente previsto para 13 de abril, como medida de segurança aos seus funcionários, em todas as áreas da companhia. A empresa reitera que desde fevereiro já toma medidas mitigatórias buscando a proteção de seus colaboradores e familiares, e que a diretoria tem monitorado diariamente a situação da doença no Brasil.

Usaflex

Em 20 de março, a Usaflex (Igrejinha/RS) confirmou que deu férias coletivas aos funcionários, de 23 de março a 21 de abril, com a expectativa de retorno ao trabalho em 22 de abril. A empresa confirmou que não retornará às operações fabris antes desta data, mesmo que hajam decretos municipais nas cidades das suas unidades determinando a reabertura. "Tais medidas têm o olhar focado nas pessoas e na sustentabilidade econômica do negócio, visando minimizar os impactos desta fase tão difícil", frisa a companhia. O CEO da Usaflex, Sergio Bocayuva, anunciou a demissão de 500 funcionários para conter os impactos da crise.

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