Atividade da indústria fica estagnada no RS; couros e calçados têm crescimento

13.02.2020 - Redação Jornal Exclusivo

Foto: Arquivo/GES
Setor calçadista foi um dos sete segmentos com alta analisados por índice da Fiergs
A atividade da indústria gaúcha encerrou 2019 acentuando a tendência negativa registrada nos últimos meses do ano passado. Com a terceira queda consecutiva em dezembro, de 1,6% ante novembro, o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) acumulou perda de 6,3% nos últimos sete meses, na série ajustada sazonalmente. Metade disso ocorreu no último trimestre, divulgou a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), nesta quarta-feira, 12 de fevereiro. No entanto, Couros e Calçados foi um dos sete setores – o IDI-RS analisou 17 setores – que tiveram alta. O segmento registrou um crescimento da ordem de 4,3%.

“O crescimento da demanda foi menor do que esperado e isso contribuiu decisivamente para frustrar a expectativa, que era a de voltar à trajetória de recuperação interrompida no segundo semestre de 2018”, diz o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.

Couros e Calçados em destaque

Com altas em sete dos 17 setores analisados, a atividade industrial no RS só não registrou contração em 2019 devido ao crescimento de 8,2% de Veículos automotores (chegou a aumentar 19,6% no acumulado do ano até maio). Destaque positivo ainda para Couros e calçados (4,5%) e Equipamentos de informática e eletrônicos (8,6%). As quedas setoriais mais importantes foram de Máquinas e equipamentos (-6,1%), Químicos e refino de petróleo (-1,6%) e Metalurgia (-8,6%).

Faturamento real e utilização da capacidade instalada

Os componentes associados mais diretamente à atividade industrial tiveram desempenho negativo em dezembro na comparação com o mês anterior. Faturamento real caiu 6,1%, enquanto compras e horas trabalhadas na produção recuaram 2% e 1,7%, respectivamente. Já a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) teve perda de 1,5 ponto percentual. No mercado de trabalho, a massa salarial real cresceu 2,9% e o emprego se manteve praticamente estável (-0,1%). Na comparação com o mesmo mês de 2018, o IDI-RS caiu 4,5% em dezembro, a terceira retração consecutiva e a sexta nos últimos sete meses.

Perspectivas

Confirmada a desaceleração na segunda metade do ano passado, a atividade industrial gaúcha terminou 2019 estagnada em relação a 2018 (0,1%). Foi o pior desempenho nos últimos três anos (0,4%, em 2017; e 2,6%, em 2018), com apenas dois de seus seis componentes em alta: faturamento real, com 2,8%; e UCI, 0,8 ponto percentual. Compras industriais (-2,8%) e a massa salarial real (-0,9%) caíram, mas o emprego ficou estável. Mesmo estimulada pela queda dos juros, inflação controlada, melhora do mercado de trabalho e maior confiança dos empresários, a atividade industrial foi limitada em 2019 em função das crises fiscal e argentina, explica Gilberto Petry. Segundo ele, esses dois fatores afetaram também os investimentos, juntamente com a ociosidade. Para 2020, porém, o presidente da Fiergs vê perspectiva mais otimista, com projeção de crescimento de 2%, em um contexto de retomada da economia e maiores níveis da demanda interna.

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