Acesse a EDIÇÃO DIGITAL
O MAIOR JORNAL DO SETOR COUREIRO CALÇADISTA DO BRASIL
A Francal Ablac Show, parceria entre a Francal Feiras e a Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), realizou entre os dias 12 e 14 de janeiro a Missão Ablac NRF, que levou um grupo de 20 pessoas, entre lojistas, representantes da indústria de calçados, da Francal e da Ablac para a NRF Retail's Big Show & Expo. A feira, considerada a maior do varejo mundial, foi realizada em Nova York, Nos Estados Unidos.
Esta missão comercial foi a primeira de uma série de ações coordenadas para impulsionar o mercado calçadista ao longo do ano. A Missão Ablac NRF foi realizada em duas etapas, sendo as quais a participação na feira varejista, e visitas técnicas em lojas de Nova York, com foco para os mercados de calçados e bolsas. "Foi uma missão importantíssima. Estávamos na principal feira de varejo no mundo. Vimos muitas novidades, principalmente no aspecto tecnológico", destaca o diretor de negócios da Francal, Fernando Ruas.
Entre as novidades apresentadas no evento, estão o uso de tecnologia acessível voltada à experiência de compra, mapeamento dos hábitos do cliente e a prática de retirar o produto na loja física, após a compra na loja online. "A loja física não vai morrer, ela está sendo ressignificada. O canal de compra quem decide é o cliente e os canais se complementam", comenta Ruas, que frisou que as lojas estão mais focadas em colocar o consumidor no centro das atenções. "O importante é sempre olharmos os outros setores e vermos onde que eles estão indo bem, para assim adaptarmos suas novidades às nossas realidades".
Ao apontar os principais cases entre as lojas visitadas, Ruas destacou a Amazon Go, loja física da multinacional Amazon que não tem a presença de atendentes e nem há a necessidade de passar as compras no caixa. "Toda a loja conta com um sistema de monitoramento de vídeo com reconhecimento facial do cliente. Ele pode pegar o produto que quiser e o pagamento será registrado em seu cartão de crédito assim que deixar a unidade", explica. Ele completa que para a Francal, foi um privilégio permitir esta experiência ao grupo de lojistas brasileiros. "Nossa ideia é continuar e melhorar esta ação, para que nossas missões sejam cada vez mais relevantes para os setores em que atuamos."
O presidente da Francal Feiras, Abdala Jamil Abdala, foi um dos integrantes da Missão Ablac NRF. Ele garante que tudo o que foi visto na NRF e nas visitas técnicas trará benefícios na reformatação das lojas brasileiras. "Eles puderam ver na prática a aplicabilidade de conceitos modernos, como a utilização dos canais de informação, visual merchandising e tecnologia. Vender não é mais só expor produtos, é relacionamento e conteúdo. Só assim para atrair mais clientes", comenta. Já o presidente da Ablac, Marcone Tavares, lembra que a primeira participação da entidade na NRF deixa clara a revolução que está por vir no varejo brasileiro de calçados, segundo ele, alicerçada na experiência de compra do consumidor e na tecnologia. "Uma feira desta magnitude induz ao investimento e à modernização, e grandes movimentos podem surgir a partir dela", ressalta.
Entre os lojistas participantes da missão, a tecnologia também foi o tema mais destacado. O proprietário da Azul Calçados (Itu/SP), Antoniel Lordelo, reforça que o varejo norte-americano obteve excelência pelas suas operações tecnológicas, e que, para oferecer tudo isso, é preciso ter margem, pois o investimento é alto e contínuo. "A oportunidade de testemunhar os processos e as formas de atuação – bem como identificar estratégias claras e diferenciadas para a eficiência de execução, foco obsessivo no cliente, inovação, propósito e construção da marca – é a principal motivação dos varejistas, os quais buscam adquirir novos conhecimentos que podem ser aplicados no mercado brasileiro", relata.
Já o proprietário das Lojas Dullius (Cruzeiro do Sul/RS), Claudir Dullius, pondera que os varejistas não devem se assustar com o alto investimento em tecnologia, nem fechar os olhos diante das dificuldades. Para ele, a tecnologia oportuniza experiência ao consumidor, e também aumenta a produtividade e reduz os custos de mão de obra, impactando nos resultados. "O fluxo na loja física já não é o mesmo de outros tempos, e o e-commerce avança rapidamente. Se antes tudo era touch, agora ganha destaque o comando de voz, não apenas na relação com os consumidores, mas também com toda a equipe. Tudo o que acrescenta valor à experiência do cliente colabora para a satisfação dos colaboradores, os negócios e a sustentabilidade da empresa", opina.
