Medidas ecológicas para um mundo melhor

13.01.2020 - Ruan Nascimento/ Redação Jornal Exclusivo

Foto: Sebastian Petion/Divulgação
Empresa Timberland, da Bélgica, plantará 50 milhões de árvores pelo mundo até 2024
Em um mundo mais sustentável, processos de reaproveitamento de materiais na produção fabril estão cada vez mais em evidência, com o objetivo de termos um futuro melhor para esta e as próximas gerações. No setor calçadista, empresas do Brasil e do mundo já realizam ações que beneficiem o meio ambiente, através de mudanças nos seus processos fabris, reuso de materiais, ou substituição de componentes por materiais recicláveis.

Entre as empresas estrangeiras, o pensamento ecológico no longo prazo está em evidência, caso da multinacional belga Timberland, que lançou anunciou no ano passado que plantará 50 milhões de árvores no mundo todo até 2024. A iniciativa, segundo a companhia, é a de permitir um mundo mais verde. Os primeiros projetos de reflorestamento ocorreram em países como Haiti, China, República Dominicana, Estados Unidos, Tanzânia e Mali. "Na Timberland, estamos cientes do impacto que nosso estilo de vida moderno tem no planeta. Como empresa de calçados e roupas, sabemos qual é a nossa responsabilidade no combate às mudanças climáticas", destaca o presidente global da companhia, Jim Pisani.

Reciclagem de materiais

No caso da empresa esportiva alemã Adidas, a meta é diferente. A fabricante de calçados e roupas tem como objetivo de eliminar o uso do poliéster virgem nos seus produtos até 2024, substituindo o componente por poliéster reciclado. Segundo a companhia, a medida irá reduzir o impacto ao meio ambiente de maneira significativa, mantendo a performance e durabilidade das suas coleções.

A New Balance, dos Estados Unidos, também optou pelo caminho da reciclagem. A fabricante lançou a linha Test_Run Project 3.0, feita através do uso final dos materiais excedentes de seus calçados, buscando reduzir o desperdício de materiais. As costuras de fechamento e os materiais internos são de conteúdos reciclados, e os forros são reaproveitados de peças de outros modelos. Este projeto reforça a iniciativa da marca para atender a demanda de produtos sustentáveis entre os seus consumidores.

O desenvolvimento sustentável no Brasil

As fabricantes calçadistas brasileiras também têm investido na sustentabilidade nos últimos anos. A Calçados Beira Rio S.A. (Novo Hamburgo/RS) é uma delas. A companhia tem o propósito verde para toda a sua cadeia com produtos ecoeficientes, trabalhando com o propósito socioambiental. As sobras da produção de calçados de suas sete marcas são transformadas em matérias-primas, resultando em materiais de PDV's como displays, pufes, cabides e sinalizadores, que decoram mais de 26 mil lojas em todo o País. Por conta desse compromisso, a empresa criou um sistema de upcycling dentro das suas estruturas, transformando por mês 250 toneladas de resíduos.

A Piccadilly (Igrejinha/RS) atua fortemente no consumo consciente desde 2013, quando aderiu ao programa Origem Sustentável, desenvolvido pela Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), e sendo gerido pelo Instituto by Brasil (IBB). Hoje a companhia faz o uso racional de água e energia, e reaproveita materiais, como as aparas de sintético de PU, para reduzir e reutilizar resíduos sólidos. "Através da logística reversa, esse material retorna para a empresa como palmilhas, o que reduz aproximadamente 50% da matéria-prima já utilizada", explica a técnica em segurança do trabalho e meio ambiente da empresa, Morgana Marca.

O reuso de matéria-prima é o fator norteador do Grupo Bottero (Parobé/RS), que adotou uma série de processos para melhorar a qualidade de seus produtos, e reduzir os impactos ambientais. Hoje a companhia recicla, em média, 60 toneladas por mês, e reaproveita quase 100% de seus resíduos de todo o parque fabril - desde o refeitório até a fabricação do calçado. Parte dos resíduos são enviados para a empresa Ambiente Verde (Taquara/RS), e são transformados em palmilhas. Outra parte vira combustível para ser utilizado nos fornos de cimento, em parceria com a Fundação Proamb. Outras 12 toneladas de couro mensais são transformadas em fertilizantes pela empresa Ilsa (Portão/RS). "Somente este ano (2019), por exemplo, já economizamos mais de 3 mil metros de couro, devido ao novo sistema de corte e treinamento dos colaboradores", destaca Luiz André Simon, diretor industrial.

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