"O Brasil é um manicômio tributário", diz Paulo Guedes

01.08.2019 - João Victor Torres/Jornal NH

Os projetos para a recuperação econômica do Brasil foram a pauta do Encontro com Paulo Guedes. No evento realizado pelo Grupo Sinos na tarde desta quinta-feira (1º), no Teatro Feevale, em Novo Hamburgo, o ministro da Economia do governo de Jair Bolsonaro detalhou os objetivos da pasta em relação à recuperação econômica do País. Na plateia lotada, empresários, lideranças e especialistas em economia e negócios acompanharam a fala do ministro. "O Rio Grande do Sul é um Estado de empreendedores. Vir aqui pra mim é sempre um motivo de grande alegria e me dá muita energia em continuar meu trabalho lá", expressou. Também deixou claro o que pensa da economia brasileira neste momento: "É um manicômio tributário (o Brasil). É um desestímulo aos empreendedores", avaliou, ao adiantar que a reforma tributária está em gestação.

Ovacionado, Guedes iniciou sua palestra pouco antes das 15 horas. Inclusive o ministro foi aplaudido de pé pela plateia que lotou as dependências do teatro. No início da sua explanação, Guedes procurou fazer um apanhado histórico da condução econômica do País nas últimas décadas. "Hoje, o Estado gasta muito e gasta mal. Associo o problema ao excesso da social-democracia", citou. Apesar disso, frisou que programas como Bolsa Família, créditos a produtores rurais e outras iniciativas de concessão de benefícios são necessárias dentro de um País como o Brasil. "Poderíamos ter feito mais, se tivéssemos coragem de enfrentar privilégios", lembrou.

O homem forte da equipe econômica bateu muito na tecla de que o Estado precisa rediscutir seu tamanho. "O Brasil reconstrói uma Europa por ano", ao se referir ao custo de manutenção do País. "Aposentadorias, funcionamento da máquina pública e os juros da dívida são os maiores gastos do governo", diagnosticou. Apesar de tudo, Guedes se mostra otimista. "Estou talvez na minha última tentativa de consertar o País. Não é só esperança. Está virando realidade".
Também falou dos planos para 2019: "Esse primeiro semestre o foco é um, mas estamos olhando para todos os lados", relatou, em referência à reforma da Previdência mas ressaltando que o governo tem trabalhado em todas as frentes. "Nós podemos pegar o Brasil para colocar no caminho da prosperidade. Queremos ir em direção da reforma tributária para simplificar e reduzir as alíquotas".

Vigor da democracia

Guedes ainda elogiou as unidades de controle, bem como o trabalho dos demais poderes para a consolidação da democracia. Enalteceu o papel do Legislativo, Executivo e Judiciário.
Sobre a eleição de Jair Bolsonaro à presidência da República, no ano passado, o ministro comentou que parte da sociedade ignorou o que chamou de “fenômeno Bolsonaro”.

Na sua ótica, a candidatura do então deputado federal reapresenta, “um basta ao excesso de impostos e a falta de punição”. E completou: "Esse modelo econômico que está aí não serve mais para ninguém. O povo votou durante 30 anos na centro-esquerda. Agora, votou numa aliança de liberais com conservadores em costumes. Esse fenômeno mostra o vigor da nossa democracia", acrescentou.

Boas vindas e pedidos dos gaúchos

Pouco depois das 14 horas, logo na chegada, Guedes recebeu as boas vindas e também pedidos de lideranças gaúchas. No palco do Teatro Feevale, o Líder da bancada do RS no Congresso Nacional, o deputado federal Giovani Cherini (PL), defendeu a inclusão de Estados e municípios na reforma da Previdência. Segundo ele, o Brasil passa por um momento histórico em relação às mudanças estruturais. "Desde março, o País vem retomando o crescimento econômico", ponderou.

Já o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo) endossou as palavras de Cherini. Para ele, as demonstrações do governo e em especial a equipe econômica liderada por Paulo Guedes dão demonstrações de reconstrução do País. Conforme disse, tem a "certeza de que o Brasil está no rumo correto", comentou. Van Hattem ainda elogiou as recentes vitórias do Piratini na Assembleia Legislativa sobre a venda de três estatais. "Precisamos devolver o Brasil aos brasileiros", acrescentou.

O governador Eduardo Leite lembrou que, atualmente, o Estado tem 12 bilhões de reais de déficit previdenciário. Além disso, reforçou a adoção de medidas em conjunto com o governo federal para proporcionar o crescimento do Rio Grande do Sul.
A apresentação do ministro Paulo Guedes terminou às 16h10, com a plateia o aplaudindo de pé. Na sequência, os prefeitos de Novo Hamburgo, Fátima Daudt, de Estância Velha, Ivete Grade, Tânia Terezinha da Silva, de Dois Irmãos; João Alfredo Bertolucci, de Gramado, e Constantino Orsolin, de Gramado, participaram de painel sobre os projetos da região para o desenvolvimento econômico.

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