Fashion Revolution, a revolução da moda

28.04.2020 - Nelson Batista Zimmer

Foto: Divulgação
A semana de 20 a 24 de abril último foi dedicada ao movimento Fashion Revolution, que já conta com a adesão de mais de 100 bandeiras ao redor do mundo. Esse é o sétimo ano em que fashionistas se unem para perguntar: quem fez minhas roupas?

Em 2020, em função da pandemia de Coronavírus, o evento idealizado por Carry Somers e Orsola de Castro, foi totalmente digital, reunindo especialistas em moda, educadores, jornalistas e demais profissionais da cadeia fashion.

O início de tudo

Foto: Divulgação
Em sua sétima edição, o Fashion Revolution teve start em 2014, um ano após a tragédia de Bangladesh. Na ocasião, dia 24 de abril de 2013, o edifício Rana Plaza, que abrigava fábricas de roupa, desabou, tirando a vida de 1.127 pessoas e deixando mais de 2.500 feridas.

Um ano depois, na semana do 24 de abril – e na mesma data pelos anos seguintes - surge o Fashion Revolution, que tem o intuito de perguntar: quem fez minhas roupas (Who made my clothes)? O principal objetivo do projeto sempre foi trazer à luz questões como transparência, sustentabilidade e ética por parte da indústria da moda.

Edição digital em 2020

Ao contrário de outras edições do Fashion Revolution, em 2020 ele ocorreu totalmente em ambiente digital. Os formatos dos conteúdos expostos foram lives no Instagram e YouTube. Tembém, a tradicional reunião de fashionistas para troca de roupas ao final evento, foi adiado para um momento mais propício.

Inevitável não abordar a pandemia neste ano. Assim, conversas sobre consumo, condições de trabalho, composição de roupas e acessórios, além dos desafios ocasionados pelo momento em que vivemos por conta do Coronavírus, estiveram em evidência ao redor do globo.

Olhar para dentro

Frente ao momento único em função da pandemia, a quarentena nos força a olhar para dentro de nós mesmo e dos nossos closets. Assim, as ativistas Carry e Orsola incentivaram os participantes do Fashion Revolution a investigar sesu próprios armários.
Será que sabemos exatamente de onde vem aquele sapato que tanto amamos? Ou aquela camisa de que tanto gostamos? “Observe, analise detalhes, pesquise as marcas. Dê uma olhada em uma etiqueta de composição que não chega nem perto de dizer sua lista completa de itens; uma etiqueta ‘Made in’ que não informa sobre onde o tecido foi fabricado ou as matérias-primas adquiridas”, incentivam as ativistas.
“Em tempos de crise é necessário atentar principalmente para os mais vulneráveis, que na moda, é falar sobre quem ocupa as pontas: as pessoas que fazem nossas roupas”, disse a organização em um comunicado.

Os mais transparentes

A transparência nos negócios tem sido uma palavra-chave na questão da sustentabilidade. Por isso, o movimento Fashion Revolution lança, anualmente, um índice de transparência da moda, classificando os 250 maiores varejistas e produtores de moda do mundo, de acordo com os dados que eles mesmos divulgam.
Este ano, a varejista H&M está entre os top dez finalistas, com índice de 73% de transparência em suas atividades. Na sequência, outras marcas seguem a suéca, como C&A, Adidas, Esprit, entre outras.
Os representantes do seguimento de luxo estão um pouco além das primeiras posições, mas quando pensados separadamente, a Gucci tem 48% de pontuação – a maior, sendo a marca de luxo mais transparente, seguida por Balenciaga, Saint Laurent e Bottega Veneta.

Foto: Agência Fotosite
Gucci

Foto: Divulgação
H

VÍDEO

+ VEJA MAIS

AGENDA

+ VEJA MAIS

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Cadastre seu e-mail para receber as novidades do Exclusivo.

Seu email foi cadastrado com sucesso.