Impactos e desafios da pandemia nas exportações de calçados

29.01.2021 - Michel Pozzebon

Foto: Michel Pozzebon/GES-Especial
Vera, Luana, Eddie e Angela participaram da live, que pode ser conferida acessando o site exclusivo.com.br
Os desafios, os rumos, os impactos e as estratégias para exportar calçados ao longo da pandemia da Covid-19 foram abordados na sexta-feira passada, na live que encerrou a primeira fase do Conexão Exporta Brasil, projeto do Grupo Sinos para fomentar e fortalecer a cadeia coureiro-calçadista no mercado internacional. O debate, que foi mediado pela editora-chefe do Jornal Exclusivo, Luana Rodrigues, contou com a participação da diretora da Efficient Comex, Angela Passos; da gerente de exportação da Giulia Domna, Vera Feilstricker; e do sourcing Brasil da Steve Madden, Eddie Robasky.

O trinômio trabalho, ação e tempo foi destacado pela diretora da Efficient Comex como uma fórmula essencial para as empresas exportadoras se sobressaírem ao longo da pandemia da Covid-19. "A pergunta principal é como vamos nos posicionar? Quem se saiu melhor foi quem agiu primeiro, quem teve velocidade e quem entendeu a realidade e avaliou o que era necessário mudar, para assim se reinventar", salienta Angela.

Em relação ao atual momento da pandemia e os impactos nas exportações de calçados, Angela observa que tudo depende da forma com que cada empresa vai agir e se posicionar. "É cíclico. O setor calçadista já passou por outras crises como o advento da China e as guerras comerciais, por exemplo. Lógico, estamos vivendo um momento diferente e numa escala diferente. É bola pra frente, é preciso trabalhar e agir com velocidade", completa.

De olho na necessidade do cliente

Em função da pandemia, a Giulia Domna, marca de calçados femininos da Zenglein, assim como toda a empresa, passou por uma reestruturação. "Logo que a empresa retomou as suas atividades, reestruturamos todo o negócio, para melhor nos posicionarmos no mercado diante de tudo o que estava acontecendo", conta a gerente de exportação da companhia, Vera Feilstricker. Segundo ela, com o adiamento e cancelamento das feiras físicas, a empresa teve que buscar outras formas de comercialização de seus produtos, tanto no mercado interno quanto no externo.

Além disso, Vera ressalta que a empresa teve que estreitar ainda mais a relação com seus clientes. "Temos produtos para cada segmento da moda, com soluções mais a mão. E partir disso, trabalhamos para o que o cliente necessitava", afirma. Para ela, a manutenção dos negócios durante a pandemia passa necessariamente pela reputação de cada empresa. "Agilidade, profissionalismo e credibilidade é o que vai manter as empresas vivas", resume.

Falta velocidade para a indústria brasileira

Na avaliação de Eddie Robasky, o Brasil perdeu mercado em função de posicionamentos políticos e econômicos. "Isso fez com que clientes de private label, que fomentaram a indústria brasileira no passado, fossem para outros mercados em que o custo produtivo e operacional é mais baixo", afirma. Robaski concorda com Angela e Vera no que diz respeito à agilidade e velocidade das empresas no atual momento. "A maior dificuldade das empresas brasileiras é a velocidade. Elas não estão preparadas para isso. Já perdemos mais de duas dezenas de fábricas, que eram essencialmente exportadoras de private label", observa.

Segundo ele, as empresas brasileiras ainda não estão preparadas para se inserirem no mercado internacional com marcas próprias. "Não estamos preparando para levar a brand (marca própria) para o exterior, isso requer muito investimento e ter a cultura exportadora", acrescenta.

Primeira fase concluída

Com o Conexão Exporta Brasil, o tema exportação de calçados vem sendo debatido desde setembro do ano passado por meio de colunas semanais no Jornal NH, produzidas pela equipe do Exclusivo, além de vídeos com empresários do setor, podcasts e lives que abordam maneiras de tornar o País ainda mais competitivo.

A gerente geral do Jornal Exclusivo, Larissa Schneider, fez uma avaliação da primeira fase do projeto. "Foi muito importante promover por meio dos nossos veículos essa discussão, que envolveu todas as pontas da cadeia produtiva do calçado. O que fica é que não existe uma receita pronta, uma fórmula mágica para que a gente possa retomar o protagonismo da exportação, mas eu acredito que três fatores são determinantes para isso: estratégia, qualidade e competitividade", destaca.

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