Live do Conexão Exporta Brasil abordou estratégias para fomentar as exportações

09.12.2020 - Michel Pozzebon / Jornal Exclusivo

Foto: Michel Pozzebon/GES-Especial
Participaram o diretor da Sunset Shoes, João Fernando Hartz e o CEO do Top Shoes Brasil Group, Gustavo Dal Pizzol
Alternativas e estratégias para aumentar e melhorar a performance das exportações de calçados do Brasil. Estes foram alguns dos tópicos abordados nesta quarta-feira, 9 de dezembro, na segunda edição da live do Conexão Exporta Brasil, projeto do Grupo Sinos, por meio dos jornais Exclusivo e NH, que busca fortalecer a cadeia coureiro-calçadista brasileira no mercado internacional. A live contou com a participação do diretor da Sunset Shoes (Campo Bom/RS), João Fernando Hartz e do CEO do Top Shoes Brasil Group (Campo Bom/RS), Gustavo Dal Pizzol. A mediação foi da editora-chefe do Jornal Exclusivo, Luana Rodrigues.

A perda da competitividade do calçado brasileiro no mercado internacional foi inicialmente abordada por João Fernando Hartz. O agente de exportação salienta que o grande fator da mudança do volume da comercialização externa se deve, principalmente, pelo preço. "Na década de 1990 e começo dos anos 2000, o sapato brasileiro de couro estava numa faixa de preço de US$ 10 a US$ 20. Esse negócio hoje é praticamente inviável de se fazer no Brasil. Do começo dos anos 2000 até agora, tivemos uma inflação muito maior do que uma variação cambial, o que fez com que o nosso sapato ficasse caro.", comenta. Neste sentido, o agente exportador salienta que o importador busca no mercado global fazer a manutenção de preços dos seus fornecedores. "O importador, seja ele americano ou europeu, como ele não tem inflação, ele busca fazer a manutenção de preços ou seja, a busca de novos fornecimentos."

"Olhar pelo para-brisa e não pelo retrovisor"

Hartz sustenta que a conquista de novos mercados para o calçado brasileiro não passa pela preço. "No preço, a gente não vai ganhar mercado. A gente não pode ser romântico e querer se colocar na grande exportação que a gente já teve, porque ela era de preço. Infelizmente, o preço a gente não vai resolver. Precisamos se posicionar. Para se posicionar o mais importante é investir em tencologia e a exportação não pode ser um projeto cambial", analisa o especialista, acrescentando que muitas empresas ainda tem uma visão romântica da fase áurea das exportações brasileiras de calçados. "O grande erro que se faz é olhar o passado pelo retrovisor. Aquilo passou. Mas existe o para-brisa, para olhar para a frente. As empresas que estão exportando e que seguem crescendo nas exportações, elas não olham o retrovisor. O plano futuro está no para-brisa", afirma o diretor da Sunset Shoes.

Incentivos governamentais

A falta de incentivos governamentais para as empresas brasileiras exportarem foi destacada por Gustavo Dal Pizzol. "Nos tempos áureos do calçado no Brasil existia um grande fomento para a produção e exportação de calçados. Vejo que muitas empresas e o governo acabaram esquecendo de dar atenção à exportação. E o apoio governamental é fundamental para a viabilização dos negócios", sustenta o CEO do Top Shoes Brasil Group.

Custo da mão de obra

Dal Pizzol comentou sobre os impactos do aumento dos custos de mão de obra e de matéria-prima no calçado brasileiro. "Estes custos vêm crescendo ao longo dos últimos anos. Mas, é preciso observar que estes custos também estão acontecendo na Ásia. Nos dois últimos anos aumentou em 20% o preço do produto feito no continente asiático. Por regra, países mais pobres tendem a ampliar ou iniciar processos de produção calçadista. E, em se tratando de Brasil, acredito que a tecnologia é um caminho que podemos explorar para voltarmos a ser competitivos."

"O desafio está em nós mesmos"

Na visão do CEO do Top Shoes Brasil Group, o caminho para ampliar e melhorar a performance das exportações de calçados no País está em aproveitar as potencialidades da indústria brasileira. "O desafio está em nós mesmos e não em olhar para o que os outros estão fazendo. O Brasil tem muita capacidade. Nós temos conhecimento, temos capacidade intelectual, temos matéria-prima, temos bons fornecedores e fábricas preparadas. Claro, devemos evoluir em termos tecnológicos. Então, eu diria que a dificuldade está em nós mesmos", avalia.

O Conexão Exporta Brasil tem o patrocínio de Fimec 2021 e Master Soluções que Conectam. Conta ainda com o apoio de Efficient Comex, Kisafix, IBTeC e Top Shoes Brasil Group.

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