Ingredientes para aumentar a exportação de calçados

12.11.2020 - Michel Pozzebon / Jornal Exclusivo

Foto: Fernanda Klauck/Divulgação
Modernização do parque industrial, qualificação da matéria-prima e mão de obra estão entre os pontos a serem observados
Um dos anseios de grande parte dos empreendedores da indústria calçadista brasileira é ampliar a sua participação no mercado externo. E, o incremento nas exportações, seja por marca própria ou private label, passa, inevitavelmente, pela modernização do parque industrial, qualificação da matéria-prima
e pelo aperfeiçoamento da mão de obra. Estes três ingredientes fazem parte da receita para se chegar à tão almejada competitividade internacional.

A produção de calçados para a exportação alinha a indústria brasileira às exigências do mercado mundial. Esta é a visão defendida pelo vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq) e diretor administrativo da Master Soluções que Conectam (Novo Hamburgo/RS), André da Rocha. Segundo ele, esse processo também reflete positivamente no mercado interno. “Novas tecnologias de processo, materiais, componentes e construção de calçados são utilizadas que qualifica os produtos para o mercado doméstico e aumenta a competitividade da indústria local”, sustenta.

A modernização do parque industrial calçadista no País tem contribuído para a eficiência dos processos produtivos com a utilização de tecnologias atuais como knit, materiais sustentáveis, solados de maior conforto e durabilidade, couros com acabamentos diferenciados, entre outras. “Equipamentos computadorizados, processos conectados e alinhados com a Indústria 4.0 melhoram a velocidade de resposta e possibilitam um menor 'lead time' desde o desenvolvimento de novos produtos até a entrega dos calçados ao cliente”, cita André da Rocha.

Aproximar a cadeia produtiva

O diretor-presidente da Killing (Novo Hamburgo), Milton Killing, destaca que aproximar a cadeia produtiva da indústria do calçado contribui para melhorar a performance do setor na exportação como um todo. “Quando temos a cadeia produtiva, com o produtor do calçado, mais o produtor de componentes, junto ao produtor de couro, e você aproxima essas empresas, as informações correm mais rápido, o desenvolvimento acontece mais rápido, as respostas são mais rápidas. Com isso, conseguimos mapear os gargalos e desenvolver soluções mais adaptadas ao mercado externo”, afirma.

Para Killing, a participação da indústria de matéria-prima no mercado externo, seja de forma direta ou via indústria de calçados, confere dinamismo ao setor de componentes. “Dá uma velocidade diferente ao segmento de matéria-prima, não só em termos de desenvolvimento de moda, porque as épocas de lançamento são diferentes do que no mercado brasileiro, mas também na adaptação para buscar, não só a competitividade própria, mas também trabalhar junto com a indústria de calçados para melhorar a competitividade do calçado”, aponta.

Demanda

O dirigente da Abrameq avalia que, em termos tecnológicos, a indústria brasileira de calçados está preparada para atender a demanda seja por exportação de marca própria ou private label. No entanto, salienta que há algumas lacunas ou gargalos relacionadas à produção de solados de EVA e cabedais de knit. “Temos vantagens competitivas importantes em calçados com cabedais em couro, sandálias e calçados para verão, calçados com solados de borracha injetada ou vulcanizada”, explica André da Rocha.

Qualificação

A qualificação da mão de obra é ponto pacífico na indústria de calçados. Nesse sentido, a exportação
tem contribuído sobremaneira para o aperfeiçoamento dos profissionais do setor. “A indústria, buscando a competitividade, tem demandado profissionais mais qualificados para a produção de calçados. Buscam trabalhadores que conheçam muito bem os processos de fabricação, que sejam pró-ativos e que analisem criticamente os processos buscando inovações”, comenta a gerente de operações do Instituto Senai de Tecnologia, Calçado e Logística, Arlete Roncatto Accurso.

O Conexão Exporta Brasil tem o patrocínio de Fimec 2021 e Master Soluções que Conectam. Conta ainda com o apoio de Efficient Comex, Kisafix, IBTeC e Top Shoes Brasil Group.

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