Diversidade de mercados favorece retomada nas exportações de calçados

09.11.2020 - Luana Rodrigues

A situação de retomada no mercado internacional de calçados não tem sido homogênea. Alguns países adotaram o retorno do varejo físico da mesma maneira que o Brasil, outros ainda estão saindo do lockdown, enquanto que, na Europa, por exemplo, uma nova onda da pandemia já atinge os países.

Diversidade
“Trabalhar com uma diversidade de mercados nos favoreceu muito na retomada das exportações. Vamos atingir o mesmo volume de negócios do ano anterior e estamos com uma sinalização positiva de crescimento acentuado em 2021”, explica o gerente de exportação da Usaflex, Jefferson Berz.

Protagonismo
Na opinião de Berz, acordos bilaterais do Brasil com alguns países são determinantes para que o País volte a ter destaque na exportação de calçados. “Acordos de negociação de barreiras tarifárias e não-tarifárias têm feito muita diferença na abertura de novos negócios para as marcas brasileiras. Cito como exemplo o México, que tem um imposto altíssimo para a importação de calçado do Brasil. Assim como a Turquia e a Indonésia, que protegem seus mercados”, complementa.

Barreiras
Já em países não-produtores, as dificuldades se concentram em barreiras não-tarifárias. Um exemplo é o Equador, que por muito tempo dificultou a entrada do calçado brasileiro por conta de licenças. O mesmo entrave, atualmente, tem ocorrido na Bolívia.

Inovação
Na opinião do gerente-comercial da Calçados Gonçalves, Deivis Gonçalves, o Brasil perde em competitividade por conta da falta de inovação. “Por muito tempo o Brasil foi líder na exportação de calçados e, por este tradicionalismo, foi colhendo frutos. Só que os outros países foram se reinventando e inovando, até que chegamos ao ponto de perder competitividade por termos pouca tecnologia e depender muito da manufatura e com pouca automação. A indústria 4.0, que se fala tanto, ainda é pouco presente no setor calçadista. Eu acredito que falte uma cultura de inovação nas organizações”, avalia.

Planejamento
Já para o presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Paulo Griebeler, a pandemia veio para trazer discussões a respeito da dependência da Ásia. “Nós temos tudo para competir. Temos calçados, componentes, químicos, couro, laboratórios, pessoas, moda, design. No meu ponto de vista falta fazermos um planejamento estratégico setorial, a exemplo do que foi feito em Portugal”, pontua.

Futuro
Empresas que, antes, estavam dependentes de apenas um mercado, um tipo de produto ou segmento, tiveram impacto maior em seus negócios ao longo de 2020, por conta da aposta em um único nicho. O momento é de diversificação, tanto no mercado interno como no externo.

O Conexão Exporta Brasil tem o patrocínio de Fimec 2021 e Master Soluções que Conectam. Conta ainda com o apoio de Efficient Comex, Kisafix, IBTeC e Top Shoes Brasil Group.

VÍDEO

+ VEJA MAIS

AGENDA

+ VEJA MAIS

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Cadastre seu e-mail para receber as novidades do Exclusivo.

Seu email foi cadastrado com sucesso.