Central de Triagem do Sindicato da Indústria de Calçados de Três Coroas é desativada

18.06.2019 - Redação Jornal Exclusivo

Foto: Divulgação SICTC
Central de Triagem foi desativada após 23 anos
Depois de servir de exemplo para o País, ao zerar, em 2017, o passivo ambiental gerado pela indústria calçadista local, o Sindicato da Indústria de Calçados, Componentes para Calçados de Três Coroas/RS (SICTC) anuncia a reestruturação dos serviços relacionados à gestão ambiental. As mudanças são reflexo do crescente mercado relacionado ao reaproveitamento de rejeitos e às novas tecnologias necessárias para o processamento adequado dos diferentes componentes utilizados na fabricação de calçados. Por conta destas transformações, nos últimos anos, o prédio de 1,5 mil metros quadrados da Central de Triagem vinha sendo subutilizado e, ao invés de ser um serviço rentável para a entidade, vinha acumulando prejuízos anuais de R$ 150 mil.

“Em 23 anos da Central de Triagem, o sindicato tornou-se especialista na coleta e destino correto de resíduos. Nunca houve uma notificação. Pelo contrário, prestava-se um trabalho exemplar. Mas novas tecnologias foram surgindo, empresas especializaram-se em diferentes processos de reaproveitamento e transformação de resíduos, e estes novos prestadores de serviço passaram a negociar diretamente com as indústrias. Não haveria como competir com eles sem altos investimentos”, detalha o presidente do SICTC, Joel Brando Klippel.

Foto: Divulgação SICTC
Hoje o espaço é alugado pela empresa MS
Ele explica que foram três meses de estudos e análises de números e o impacto junto aos associados, até que, em assembleia, foi aprovado o encerramento da central. Houve desligamento de quatro funcionários que atuavam diretamente no pavilhão. Também foi vendido o maquinário instalado no local e o prédio foi recentemente alugado pela indústria de calçados femininos MS. Com a reestruturação, agora o SICTC tem um superávit de R$ 84 mil.

Prejuízos afetavam cofres da entidade

Klippel acrescenta que até para o associado o serviço oferecido na Central de Reciclagem do SICTC não era vantajoso, uma vez que pagava-se em torno de 50 centavos mais caro por quilo de rejeito recolhido. A partir desta constatação, a equipe do sindicato prospectou serviços disponíveis no mercado considerados referência na área e chegou à Dirtel. Com sede em Igrejinha e mais de 30 anos de expertise na coleta, triagem e destinação adequada para rejeitos, a companhia tem uma cartela de clientes que inclui algumas das maiores indústrias do Rio Grande do Sul.

Como fica agora

A partir de agora, o SICTC passa a oferecer um serviço completo de consultoria ambiental, que inclui emissão de licenças ambientais, de operação, além de parceria com geólogo e biólogo, o que será oferecido aos associados com valor até 30% mais em conta do que o praticado pelo mercado. “A indústria calçadista que quiser se instalar em Três Coroas encontrará todas as licenças e serviços que precisa conosco”, avisa Klippel.

Referência nacional

Em 23 anos de operação, a Central de Reciclagem recebeu em torno de 40 mil toneladas de resíduos sólidos da indústria calçadista local. Todo passivo ambiental armazenado foi coprocessado e beneficiado e, hoje, Três Coroas é referência nacional na eliminação do passivo ambiental que havia em aterros locais, desativados por meio de um amplo trabalho de conscientização junto às indústrias da cidade.

Resíduos disputados pelo mercado de reciclagem

Por conta do surgimento de novas tecnologias, hoje, o manejo de resíduos tornou-se um mercado de muitas possibilidades. “Os resíduos da indústria calçadista podem virar componentes para fabricação de cimento, adubo orgânico, entre outros desdobramentos”, comenta a técnica ambiental do SICTC, Sabrina Faiffer. Ela lembra que, nos primórdios da Central de Triagem, em 1996, 80% dos resíduos que eram recebidos na unidade tinham como destino um aterro (valas para disposição de resíduos), o que demandava controle e monitoramento ambiental, além de representar riscos ao meio ambiente.

Com o passar dos anos, tecnologias surgiram e materiais que tinham como destino as valas viraram item cobiçado por empresas recicladoras. “Continuaremos a exercer nosso papel, oferecendo a nossos associados o trabalho de gerenciamento dos resíduos, controle de destinação final, emissão de manifesto de transporte, assessorias ambientais e selo verde. Resumindo, todo o trabalho desenvolvido seguirá o mesmo, o que mudou foi a forma de coleta e armazenamento temporário dos resíduos”, esclarece Sabrina.

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