As habilidades priorizadas por escolas de pensamento linear são precisamente aquelas que os algoritmos são capazes de (re)produzir, de forma muito mais rápida e confiável”. (David Deming)
A frase acima é parte de um relatório sobre Futuro do Trabalho lançado recentemente pela WGSN em parceria com o LinkedIn. O texto traz o que está na nossa frente, mas que temos dificuldade de enxergar: as habilidades do século 21 evidenciam o valor das competências humanas.
Criatividade, colaboração, empatia, inteligência emocional, capacidade de experimentação, transparência, compartilhamento, espírito empreendedor, comunidade e mindfulness são as dez habilidades tidas como mais importantes para o profissional desse presente que por tantas vezes parece futuro. O problema é que isso não se aprende na escola. Ainda!
Além disso, o relatório aponta três fatores fundamentais para uma mudança que deve implicar, inclusive, em um novo modelo econômico. A velocidade na troca de dados e informações aliadas a uma nova linguagem, mais visual (vide os emojis) e universal, traz um resgate da essência da comunicação humana, derrubando barreiras cognitivas e agrupando pessoas por seus valores e preferências.
A união desses três fatores, velocidade de transmissão, linguagem e valores, deverá promover uma verdadeira Era do Ativismo. O efeito disso nas empresas é massivo. A desconfiança nas instituições e o poder de informação exigem transparência e entrega de valor social.
O que me assombra é ver que, mesmo com todos os indícios de uma mudança de modelo mental, muitas empresas, instituições e pessoas seguem focadas em hard skills, ao mesmo tempo em que negligenciam as soft skills. Por vezes, inclusive, desdenham de quem trabalha no desenvolvimento dessas habilidades.
Nos dias 7 e 8 de dezembro de 2018 a Abicalçados promoveu a Maratona MMX, um evento que falou de inovação, tecnologia e negócios para moda e design. A programação deixou evidente a ascensão desses valores como parte central dessa transformação. Questões como sustentabilidade e preocupação ambiental, bem como colaboração e propósito, foram destaque e se repetiam nas falas de todos os convidados. É como se precisássemos desse resgate para tratarmos os problemas na sua origem, enquanto que a tecnologia vem para controlar as consequências.