Sustentabilidade no foco da TopShoes Brasil

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Para garantir que o planeta estará em boas condições amanhã, é preciso começar a agir hoje. Esta tem sido a missão da TopShoes Brasil (Campo Bom/RS), que tem o tema sustentabilidade impresso em seu DNA – e o objetivo é ampliar esta pauta cada vez mais, expandindo-a para todo o setor calçadista. “O termo já está em destaque há muito tempo. Mas tenho certeza de que 2019 será, de fato, a vez dos produtos ecofriendly”, afirma o fundador e diretor criativo da companhia gaúcha, Gustavo Dal Pizzol.

O crescimento de uma consciência coletiva que coloca o cuidado com o meio ambiente como algo obrigatório tem sido responsável por impulsionar este movimento de mudança cultural. E a transformação no comportamento de consumo está diretamente ligada às novas gerações, que passam a exigir responsabilidades econômica, social e ecológica das marcas. “Não tem mais como voltar atrás. A partir de agora, os artigos de moda precisam invariavelmente contar uma história e agregar valor. E sustentabilidade é um valor de produto inegociável, que tem apelo do consumidor. Todos os empresários precisam estar atentos a isso”, garante.

Certo de que não se trata de uma tendência passageira, o gestor ressalta a importância de um discurso coeso. “Não adianta ter apenas uma peça com a pegada ecológica. Precisa ser um comportamento institucional de toda a empresa, que começa no consumo consciente da água e termina no produto acabado”, ensina. Por isso, na sua companhia, por exemplo, os pequenos retalhos e resíduos de tecido que iriam para descarte se transformam em malas para os representantes comerciais. “Pensamos em como reaproveitar de forma inteligente todo o lixo que produzimos”, comenta.

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Produto inovador

A sapatilha desenvolvida pela TopShoes Brasil em parceria com a marca de calçados Soulk consolida uma série de investimentos voltados à sustentabilidade. Sem gerar nenhum resíduo para o meio ambiente e com sola natural, o artigo é revolucionário no mercado. “Temos muito orgulho de apresentar algo inovador e ecologicamente correto”, define Dal Pizzol.

Inovação sempre presente

Entre o portfólio de produtos da TopShoes Brasil está o knit, uma matéria-prima que já nasceu sustentável. “Livre de resíduos para o meio ambiente e fabricado na exata quantidade que será utilizada, a malha tecnológica é um exemplo de consciência ecológica”, pontua Dal Pizzol, assegurando que as companhias estão começando a perceber que não gerar resíduos vale a pena.

A partir desta percepção, segundo o gestor, tem sido possível fazer investimentos para que o setor evolua cada vez mais neste sentido. “No momento, estamos trabalhando com um fio PET, que está sendo lançado no Inspiramais. Para 2019, o objetivo é ter 60% da produção com esse componente, que, inclusive, poderá ser biodegradável”, antecipa. E não para por aí: neste ano, a TopShoes Brasil também terá a sua primeira linha de solados sustentáveis. “Estamos diminuindo a utilização de materiais pesados a passos largos.”

Novo lifestyle

Conforme o gestor da companhia, essa pegada ecológica faz parte de uma transformação pela qual a sociedade passa. “É um novo lifestyle, que prima por sustentabilidade, coisas naturais, um estilo de vida mais saudável. É uma geração que se preocupa com preservação, cuidado com planeta. Este é o novo consumidor e nós precisamos estar prontos para atendê-lo”, sugere Dal Pizzol.

E, para ele, quem trabalha com moda, tem obrigação de acompanhar este movimento. “Ao meu ver, também tem crescido a procura por produtos versáteis, que acompanham os consumidores em todos os momentos – seja em reuniões, seja em momentos de lazer. A democratização é um fator importante”, avalia. A compra mais consciente, que culmina em artigos com vida útil maior, também tem força neste novo momento que o mercado vive. “O futuro bate à nossa porta e precisamos estar preparado para ele.”

Fornecedores como aliados

Definidos por Dal Pizzol como “estrutura-chave” no processo de busca por uma produção mais sustentável, os fornecedores são, na sua avaliação, os responsáveis por fazer os produtos acontecerem. “Hoje, é preciso haver uma contribuição mútua. As empresas de componentes e insumos têm que oferecer soluções para os clientes, pensadas especialmente para cada marca”, defende. Isso, de acordo com ele, contribui para o desenvolvimento de peças mais assertivas, evitando desperdício de amostras e matérias-primas. “Para haver uma melhora efetiva, o fabricante tem que enxergar o fornecedor como um parceiro, um braço da sua própria companhia”, acrescenta.

Esta união é o que irá fazer a diferença em um futuro próximo. “As indústrias devem buscar empresas que levantem a bandeira de sustentabilidade. Quanto mais companhias envolvidas, melhor. Assim, será um movimento natural”, pondera. E determina: “Quem não tiver este olhar e não se adaptar, não vai conseguir crescer. Até porque os pequenos empreendimentos que têm surgido no Brasil já nascem com essa batida.”