Pegada projeta fechar o ano com faturamento maior

03.12.2018 - Michel Pozzebon / Jornal Exclusivo

Foto: Michel Pozzebon/GES-Especial
Astor Ranft revela que a empresa expandirá para a injeção própria de solados, em 2019
Próxima de completar três décadas de história, a Calçados Pegada (Dois Irmãos/RS) se notabilizou como uma das principais produtoras de calçados masculinos da América Latina. Mantendo oito unidades fabris (sete próprias e uma terceirizada) nos estados do Rio Grande do Sul, da Bahia e de Santa Catarina, que juntas produzem quase meio milhão de pares ao mês, a companhia projeta fechar o ano com um incremento da ordem de 3% em seu faturamento, no comparativo com 2017. Mesmo sendo significativo, o resultado foi impactado, essencialmente, pela diminuição do consumo no mercado interno e, também, pela paralisação dos caminhoneiros. “Assim como o setor calçadista no geral, tivemos um ano bastante atribulado. Largamos bem em janeiro, porém, em maio, a greve dos caminhoneiros impactou na performance. Com a paralisação, tivemos queda na produção, os pedidos chegaram mais tarde no varejo e as vendas fracassaram”, comenta Astor Ranft, diretor comercial e um dos fundadores da empresa, acrescentando que os bons ventos começaram a soprar novamente em agosto. “Estamos conseguindo, de certa forma, recuperar o fôlego anterior. A produção tem sido maior por haver um ajuste do estoque regulador”, completa.

O crescimento constante e sustentável da Calçados Pegada está atrelado ao estoque. Ranft explica que a companhia tem desenvolvido há dois anos um trabalho que visa a reposição rápida dos seus produtos no mercado. “Trabalhamos com um estoque regulador que corresponde a dez dias de produção. Como muitos clientes não estão capitalizados, eles querem reposição automática e rápida dos produtos. Nesse sentido, esta estratégia nos permitiu reduzir o nosso prazo de entrega em 20 dias. Para nós é melhor ter um produto bom parado em nosso estoque do que deixar o cliente desabastecido, o que também nos possibilita vender sem deságio”, avalia.

Internacionalização própria

Atualmente, os produtos da Pegada estão presentes em mais de 60 países. No entanto, a marca mantém uma ousada estratégia de crescer, gradativamente, em média, de 25% a 30% ao ano sua exportação. A meta da empresa é de que até a próxima década o volume comercializado no mercado externo corresponda a 30% da produção - hoje, a companhia destina 10% do que produz para o mercado internacional.

Dentro da estratégia de internacionalização de marca, a Pegada expande a distribuição própria de seus produtos na Europa. A companhia está dando início à operação de um escritório e de um centro de distribuição (CD) na Holanda. “Este trabalho serve como uma espécie de hub, em que podemos importar e distribuir de maneira própria os nossos produtos no continente europeu. Nossa intenção é manter um estoque regulador nestas operações, o que nos permitirá um abastecimento mais rápido naqueles mercados internacionais”, avalia Ranft.

A empresa já conta com um escritório e um CD no Canadá. Por lá, a operação já funciona há um ano, servindo como uma ponte para a distribuição dos produtos da marca na América do Norte.

Investimento na injeção de solas

A partir de 2019, a Pegada terá injeção própria de solados. A empresa está investindo R$ 5 milhões na compra de equipamentos importados e na construção de uma unidade na Bahia para esta finalidade. Em um projeto-piloto, que teve início neste ano, a companhia começou a injeção própria na planta industrial de Dois Irmãos/RS - injeção diária de quatro mil solados, especialmente de poliuretano (PU) e de termoplástico (TR). “A pouca opção de solas que se têm no mercado nos fez correr para a injeção própria. Contaremos com um parque industrial que terá equipamentos robotizados, que injetam pares, em vez de pés. Isto nos permitirá ganhos produtivos e competitivos”, ressalta Astor Ranft.

Showroom em São Paulo

Em dezembro do ano passado, a Pegada inaugurou um showroom próprio em São Paulo/SP. A estrutura da empresa na capital paulista visa dinamizar os lançamentos e a comercialização de seu extenso portfólio de produtos para o mercado interno brasileiro. “Após apresentarmos 50% da nossa coleção de inverno na Zero Grau, levaremos estes produtos para uma apresentação especial no dia 27 de novembro ao nosso showroom em São Paulo”, aponta Astor Ranft.

Eleição de Bolsonaro

A eleição de Jair Bolsonaro para a presidência da República é vista com bons olhos por Ranft. O empresário acredita que o resultado trará maior previsibilidade para os investimentos da indústria de maneira geral. “A eleição de Bolsonaro injetou um novo otimismo. Esperamos que nos próximos anos o Brasil cresça e isso estimule o empresariado a investir mais”, argumenta. Para o gestor, a recuperação econômica do País será lenta, porém, sustentável. Na visão dele, o retorno do consumo virá somente com a retomada do emprego. “Uma coisa está atrelada à outra. É preciso que se incorpore a massa que está desempregada para que, consequentemente, se retome o consumo. A recolocação de 5 ou 6 milhões de pessoas no mercado de trabalho trará confiança para se voltar a consumir”, pontua.

A Pegada

Fundação:
29 de setembro de 1989

Sede:
Dois Irmãos/RS

Empregos:
3 mil colaboradores

Produção:
22 mil pares de calçados por dia

Unidades fabris:
Plantas próprias em Dois Irmãos/RS, Rui Barbosa/BA, Sapeaçu/BA, Esplanada/BA, Santa Luz/BA e Castro Alves/BA. Uma unidade terceirizada em Concórdia/SC

Mercado internacional:
Exporta 10% de sua produção para 60 países

Site:
www.pegada.com.br

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