Exportações de calçados: receita cai 26% em setembro

04.10.2018 - Com informações da Abicalçados

Foto: Fotolia.com
Em relação ao volume, a retração foi de 14%
As exportações do setor calçadista brasileiro tiveram queda em setembro. No mês nove foram embarcados ao exterior 9,86 milhões de pares, que geraram US$ 71,64 milhões, quedas de 14% em volume e de 26,2% em receita na relação com o mês correspondente do ano passado. Com isso, no acumulado do ano, o segmento soma o embarque de 78,87 milhões de pares por US$ 700 milhões, retrações de 10,7% e de 12%, respectivamente, no comparativo com igual período de 2017. As informações são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).

Na avaliação do presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, o resultado aponta para a concretização dos efeitos do cenário internacional, especialmente com a desvalorização das moedas dos países emergentes, alguns dos principais mercados para o calçado brasileiro. “Se o dólar valorizado favorece a formação de preço para o exportador brasileiro, esse efeito é neutralizado quando a moeda do importador também está desvalorizada”, comenta, ressaltando que em muitos dos países compradores as moedas locais depreciaram ainda mais do que no Brasil, encarecendo o produto verde-amarelo. “Na Argentina, principal mercado do calçado nacional, o peso argentino desvalorizou mais de 100% nos primeiros nove meses do ano”, exemplifica.

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Destinos internacionais do calçado brasileiro

Nos primeiros nove meses de 2018, o principal destino do calçado brasileiro foi a Argentina, para onde foram embarcados 9,4 milhões de pares que geraram US$ 115 milhões, altas de 13,2% em pares e de 16,4% em dólares no comparativo com período correspondente do ano passado. “Por outro lado, as exportações para a Argentina, que vinham crescendo no primeiro semestre, somaram uma queda de 54% nos dois últimos meses, no comparativo com seus correspondentes do ano passado, por conta da desvalorização do peso e pela crise do país”, comenta Klein.

O segundo destino dos nove primeiros meses foi os Estados Unidos, para onde foram enviados 6,45 milhões de pares que geraram US$ 108,82 milhões, quedas de 14% e de 21,6%, respectivamente, no comparativo com o resultado do mesmo período do ano passado.

Ocupando o terceiro posto dos destinos internacionais, a França comprou 5,3 milhões de pares por US$ 43,37 milhões, incrementos de 37,6% e de 6,5%, respectivamente, no comparativo com os nove primeiros meses de 2017.

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Origens

Nos nove meses, o principal exportador de calçados do Brasil foi o Rio Grande do Sul. No período, os calçadistas gaúchos embarcaram 19,9 milhões de pares que geraram US$ 318,38 milhões, quedas de 5,2% em pares e de 6,4% em receita no comparativo com igual período do ano passado.

O segundo maior exportador do período analisado foi o Ceará, de onde foram embarcados 28,33 milhões de pares que geraram US$ 164,9 milhões, quedas de 13,2% e de 14,5%, respectivamente, em relação ao mesmo ínterim de 2017.

Também em queda, o terceiro exportador do ano foi São Paulo, de onde partiram 5,28 milhões de pares por US$ 78,66 milhões, quedas de 10% em volume e de 10,5% em receita no comparativo com o ano passado.

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Importações

No mês nove, entrou no Brasil 2 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 28,6 milhões, números que são menores tanto em pares (-9%) quanto em receita (-22,8%) em relação ao mesmo mês do ano passado. Com isso, no acumulado foram importados pelo Brasil 21,8 milhões de pares por US$ 275,7 milhões, incrementos de 15,5% em volume e de 3,3% em valores no comparativo com mesmo ínterim de 2017. As principais origens das importações foram os países asiáticos: Vietnã (9,64 milhões de pares por US$ 154,5 milhões, altas de 15% e de 3,7%, respectivamente, na relação com igual período do ano passado); Indonésia (3 milhões de pares por US$ 49,78 milhões, quedas de 1,8% e de 3,4%); e China (6,8 milhões de pares e US$ 29,4 milhões, incrementos de 38,2% e de 19%).

Em partes de calçados – cabedais, palmilhas, solas, saltos etc – as importações alcançaram US$ 39,2 milhões, 32% mais do que no mesmo período do ano passado. As principais origens foram China, Vietnã e Paraguai.

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