Indústria busca consolidação da eficiência energética

27.06.2018 - Redação Jornal Exclusivo

Foto: Fotolia.com
Temática está diretamente relacionada às questões de produtividade
O tema da eficiência energética ainda precisa ser discutido no meio empresarial brasileiro. O diretor da subseção de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Carlos Alberto Pires, explica que o Brasil possui uma matriz energética limpa, pois 45% da energia e 80% da eletricidade vêm de fontes renováveis. Apesar disso, a eficiência energética ainda é um desafio a ser superado. “Não há como mencionar eficiência energética sem se atrelar às questões da produtividade e da capacidade de fazer frente a um mercado cada vez mais competitivo”, frisa.

Devido às disparidades entre as regiões brasileiras, como em relação a capacitação profissional e expectativas empresariais, é difícil, na avaliação de Pires, levar o conceito de eficiência energética a todo o empresariado industrial. Outro ponto é a necessidade de um mercado robusto que ofereça serviços específicos, por meio de empresas de conservação de energia, em processos térmicos, por exemplo. Nesse sentido, Pires assegurou que o governo tem buscado formas de estimular esse mercado, como a eliminação de barreiras de financiamento. “Queremos completar o leque de opções para que o empresário possa usar a eficiência energética não só para redução de custo, mas também para o aumento da produtividade”, destaca.

Desmistificando a eficiência energética

O diretor de Tecnologia e Inovação do Senai, Marcelo Prim, afirma que tem trabalhado para desmistificar a eficiência energética junto à indústria nacional, mostrando que é possível ter ganhos expressivos em cima de investimentos de curto prazo via programas orientados a resultados. “Há um mal entendimento de que, para se ter eficiência energética na indústria, há que se fazer investimentos em bens de capital, na compra de novas máquinas, deixar as antigas que gastam mais energia pra trás”, conta.

Por meio de programas pilotos do Senai, em parceria com o governo, o gasto médio de energia das empresas tem reduzido em até 26%. Em 2017, 48 pilotos foram realizados em pequenas e médias empresas no Brasil. “Com o planejamento da produção e o conhecimento do processo produtivo e de quando a energia é mais cara e mais barata, pode-se reduzir o gasto da energia”, sintetiza Prim.

Gestão da produção

Outro projeto-piloto, destinado a grandes empresas, prevê o investimento de R$ 600 mil – R$ 300 mil do governo e R$ 300 mil da empresa – em métodos de gestão da produção durante 24 meses (três meses de intervenção e 21 meses de manutenção). A empresa precisa manter o ganho de eficiência energética estabelecido nos três primeiros meses, pois se voltar atrás nas ações de gestão, terá de devolver os R$ 300 mil de subvenção.

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