Um terço das ferrovias do País está inutilizada, aponta CNI

13.06.2018 - Redação Jornal Exclusivo

Foto: Agência CNI/Divulgação
Grande parte dos trilhos não tem condições operacionais
Mais de 30% da extensão de trilhos ferroviários do País estão inutilizados e 23% sem condições operacionais. Os números, calculados com base em dados oficiais da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), são revelados no estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Transporte ferroviário: colocando a competitividade nos trilhos. O trabalho, que integra uma série de 43 documentos sobre temas estratégicos que a CNI entregará aos candidatos à Presidência da República, aponta que o caminho para a superação dos gargalos no setor passa necessariamente pelo aumento da conectividade do sistema, do tamanho da malha e da velocidade média dos comboios.

O retrato atual da operação da malha ferroviária do País é de um sistema com deficiências, com destaque para o desempenho insatisfatório das concessionárias, a ausência de concorrência no mercado e as dificuldades de interconexão das malhas. Esses problemas são fruto, principalmente, das características dos contratos de concessão firmados na década de 1990.

A CNI considera que uma medida viável para recuperar o setor seria a prorrogação antecipada desses contratos de concessão, de forma que as concessionárias passem, a partir da renovação, a serem obrigadas contratualmente a reservar uma parcela da capacidade instalada da ferrovia para compartilhamento e a investir valores pré-estabelecidos na melhoria e ampliação das malhas. “Não renovar os contratos significa prolongar pelos próximos dez anos o reduzido volume de investimento e, consequentemente, os gargalos e trechos saturados disseminados no sistema ferroviário, congelando a atual capacidade de transporte das ferrovias do País”, afirma o gerente-executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso.

Números do sistema ferroviário no Brasil

* O transporte de carga na malha ferroviária privada cresceu uma média anual de 3,8% de 2001 a 2017.

* O crescimento se deu basicamente em razão da expansão do transporte de minério de ferro, que teve incremento anual de 5,4%.

* Outras cargas: crescimento anual de 0,4%.

* O peso do minério de ferro no fluxo da carga ferroviária aumentou de 60% em 2001 para 77% em 2017.

* 30,6% (8,6 mil km) da malha ferroviária não estão sendo usadas, sendo que 23,1% (6,5 mil km) são de trechos considerados sem condições operacionais pelos concessionários. A malha ferroviária brasileira tem extensão total de 28.218 km.

* Apenas 7,6% (US$ 62 milhões) dos recursos investidos no setor ferroviário no período de 2006 a 2013 foram destinados à ampliação da malha – excluídos os recursos para a Nova Transnordestina.

* Apenas 8% da produção ferroviária corresponde a cargas de compartilhamento (direito de passagem ou tráfego mútuo).

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