Inovação não-tecnológica

24.04.2018

Quando ouvimos a palavra inovação, de cara pensamos em tecnologia, automação e robozinhos andando de um lado a outro. É natural. Talvez uma das áreas mais desenvolvidas seja justamente essa, a da inovação tecnológica. Mas é importante observarmos que são conceitos distintos. Afinal, não é a toa que órgãos como Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação, conselhos de Inovação e Tecnologia, e até mesmo o Portal de Inovação e Tecnologia, trazem essas palavras lado a lado, indicando que cada uma possui uma definição própria.

A inovação não necessariamente precisa ser tecnológica. O importante é que ela traga soluções inéditas e que possuam valor de mercado. Ou seja, precisamos aceitá-la para que ela seja válida. O Manual de Oslo traz um conceito amplo sobre inovação, mas não faz referência nenhuma à presença obrigatória de tecnologia: “Inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas”.

Por que eu trago este tema? Porque a confusão com relação a essa definição gera dois problemas principais para o nosso setor. Por um lado, empresas entendem que a simples compra de tecnologia se configura como inovação. Assim, aplicam junto a fontes de fomento e acabam tendo seus projetos negados. Desenvolver uma nova tecnologia ainda não existente e que possa beneficiar várias empresas, aí sim.

Nova era

De outro lado, empresas acreditam que, para inovar, precisam de alto investimento, considerando apenas a questão tecnológica e negligenciando tanto outros tipos de inovação existentes.

Estamos passando por uma mudança de era, que nos demanda muita transformação. É o apelo sustentável, o consumo consciente, a personalização, o processo limpo e o calçado funcional. A inovação é necessária, quase obrigatória, para a sobrevivência das empresas nesse cenário. Buscar entender esses conceitos é primordial para que possamos usufruir dos incentivos e das linhas de crédito que existem para a inovação, e de fato transformar o setor calçadista brasileiro em benchmark para o mundo.

Roberta Ramos

Roberta Ramos é gestora de Projetos na Abicalçados, jornalista, empreendedora e entusiasta de futurismo. Contato: roberta@abicalcados.com.br.

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