Harri Berlitz: destaque na cena internacional

16.03.2018 - Redação Jornal Exclusivo

Foto: Reprodução
Harri Berlitz fala sobre a construção de sua brilhante carreira no mercado calçadista
A infância vivida em meio à rotina da fábrica de calçados da família fez nascer desde cedo em Harri Berlitz o desejo de seguir a carreira do pai, avô, tio e primos. Nascido em Sapiranga/RS, berço de grandes indústrias, o tecnólogo em Calçados sempre soube o caminho certo para iniciar a construção de sua bem-sucedida trajetória profissional.

“O Vale do Sinos era um polo em pleno crescimento e ainda tinha excelentes centros de capacitação, como o Senai”, pontua ele, que, assim que completou o Ensino Médio, tratou de ingressar na escola técnica. Os conhecimentos adquiridos foram a base para as inúmeras conquistas de Berlitz, que hoje, aos 57 anos, atua como Senior commercialization engineer da Timberland na unidade da República Dominicana.

Em sua rotina, o conhecimento técnico é ponto-chave para a tomada de decisões. Responsável pelo departamento técnico da empresa, o brasileiro coordena um grupo de 24 colaboradores, que são responsáveis pelo processo de organização, confecção e encaminhamento de amostras para aprovação.

“Recebemos os projetos dos line builders, compilamos as informações, traduzimos para o sistema de manufatura, programamos, registramos e produzimos. Depois que o Gerenciamento de Produto da Timberland aprova, iniciamos o desenvolvimento de modelos, ferramentas, materiais e maquinário necessários para fabricar em série”, detalha.

Novas jornadas

É com o case vencedor de Harri Berlitz que o Jornal Exclusivo e a Orisol abrem a edição 2018 da série de reportagens Calçado & Carreira – Um mercado que continua fazendo histórias de sucesso. A seguir (e nas próximas semanas), confira porquê o ensino técnico oferecido pelo Instituto Senai de Tecnologia em Calçados e Logística de Novo Hamburgo/RS é referência no setor.

Qual o papel do curso Técnico em Calçados na sua trajetória? Este curso foi a principal alavanca para minha carreira. Foi onde aprendi a maneira correta de destacar um modelo, reconhecer as construções, identificar e utilizar melhor as matérias-primas, bem como compreender a programação e organização de uma fábrica. Além disso, me proporcionou ampliar o network no segmento.

Quais as suas principais lembranças da época de estudante? As aulas práticas na mini-fábrica, os laboratórios de testes físicos e mecânicos, o desfile show com sapatos fabricados pelos alunos, a qualidade do corpo docente, as aulas na Escola de Curtimento, uma viajem a Franca/SP e as amizades.

Você considera o Senai uma boa escolha no contexto atual? Acredito que seja a maneira mais eficiente de transmitir o conhecimento e a tecnologia que caracteriza a qualidade dos profissionais e produtos da região. Nossos jovens, bem preparados, focados e conscientes dos seus objetivos, terão sempre uma colocação neste mercado tão competitivo.

Como foi sua ida para o exterior? Sair não foi fácil. Já havia trabalhado em empresas onde tive que viajar, mas sempre por um período que variava de 15 a 60 dias. Nesta modalidade, havia atuado no Equador, Colômbia, China e nos Estados Unidos. Em 2014, um amigo comentou sobre a oportunidade na Timberland e submeti meu currículo. Passei por um processo de seleção em que fui aprovado, graças à minha experiência, formação técnica e conhecimento dos idiomas espanhol e inglês.

Todas as suas experiências foram focadas no calçado? Sim. Realizei estágio em uma indústria, depois, passei pela empresa de minha família, de onde sai para abrir minha fábrica de solados e palmilhas de montagem, que encerrou em 1995. Também fui professor no curso de Tecnólogo em Calçados da Universidade Feevale. Em meados de 2005, atuei na exportação e, após, trabalhei como consultor em projetos da Assintecal no Brasil, Equador e Colômbia, além de prestar assessoria a empresas, até surgir a oportunidade de trabalhar na Timberland.

De que você mais gosta no seu trabalho atual? Da possibilidade de fazer o que sei e gosto: desenvolver calçados com avançadas tecnologias, transmitir conhecimentos e ter contato com diferentes pessoas. Isso me faz sentir rejuvenescido e desafiado a continuar aprendendo e ensinando.

Quais os principais desafios que você já enfrentou? Me reinventar, pois tive alguns infortúnios, com os quais tive que aprender duras lições. Mas elas me tornaram mais forte para continuar meu caminho sem esmorecer nem perder o foco, trabalhando com ética, humildade e honestidade.

A Timberland

Presente nos segmentos de calçados, acessórios e vestuário em todos os continentes, a Timberland é mundialmente reconhecida pelos produtos outdoor – especialmente as botas à prova d’água. A empresa também conta com uma divisão voltada aos sapatos e acessórios para segurança do trabalho, a Timberland PRO.

A Recreational Footwear Company, localizada na República Dominicana, é a única fábrica calçadista pertencente à marca, produzindo em torno de 18 mil pares/dia, com cerca de 3 mil colaboradores. Os demais produtos têm a fabricação terceirizada, em parceria com indústrias de diferentes países. Desde 2011, a Timberland pertence à VF Corporation, cujo portfólio exibe etiquetas como Wrangler, Vans e North Face, entre outras.

Confira vídeo com Harri Berlitz aqui.

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