Mais máquinas, novos empregos

01.03.2018

Estamos passando pela Quarta Revolução Industrial e um dos temas que sempre vira pauta de discussão é a automatização da força de trabalho e, consequentemente, a queda no número de empregos. É, certamente, um tema importante e que merece a luz dos holofotes, em especial quando tratamos da indústria calçadista, ainda tão artesanal.

Estudos sobre futuro do trabalho divergem, ao mesmo tempo em que se complementam, quando tratam do assunto. Uma pesquisa da McKinsey diz que, para cada vaga perdida, 2,4 novas serão criadas, especialmente em startups. No geral, podemos concluir que, sim, teremos uma perda significativa no que diz respeito a funções exercidas hoje no mercado de trabalho.Entretanto, novas funções aparecerão, demandando outros tipos de talentos ou habilidades. E é esse gap existente entre o momento da extinção de funções atuais e a criação de novos postos que gera receio e apreensão.

Como se preparar para esse momento, ou mesmo evitá-lo? Antecipando cenários, com coragem e visão de futuro. Cruzar os braços e esperar que as coisas se ajeitem não funciona mais. Nossa indústria precisa agir. É nosso papel estudar e entender o que vem pela frente e dar apoio para que a mão de obra hoje empregada passe por um momento de reeducação, aprendendo novas profissões e, principalmente, trabalhando um novo mindset, mais orgânico e sistêmico.

O fundador e CEO do Fórum Econômico Mundial, professor Klaus Schwab, diz que a atual revolução tecnológica não deve se tornar uma corrida entre humanos e máquinas, mas um canal para que as pessoas reconheçam seu pleno potencial. Ele diz: “Para garantir que possamos atingir essa visão, precisamos ser mais específicos, muito mais rápidos para entender as mudanças em andamento e conscientes da nossa responsabilidade coletiva para liderar nossos negócios e comunidades durante esse período de transformação”.

De acordo com relatório do Fórum, 65% das crianças em idade escolar acabarão trabalhando em profissões que ainda não existem. Isso é reflexo da revolução digital e do desenvolvimento exponencial da tecnologia. Nada é impactado de forma isolada. Quando pensamos em futuro, precisamos olhar o todo. Entender que uma mudança de processo impacta também em modelo de negócio, por exemplo. Um novo cenário na indústria automaticamente desenha um novo cenário no emprego.

Roberta Ramos

Roberta Ramos é gestora de Projetos na Abicalçados, jornalista, empreendedora e entusiasta de futurismo. Contato: roberta@abicalcados.com.br.

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