Interesse de consumo

27.02.2018

Feira vai, feira vem, e assim se seguem os semestres, as estações, enfim, tudo. Como sempre, para os produtores brasileiros, a estação de inverno não é aquela em que temos mais sucesso. Na de verão somos mais competitivos no mercado mundial.

Mas esta edição da theMicam, que ocorreu em fevereiro, foi aquém do esperado também para os produtores tradicionais de inverno. Embora a mídia local tenha divulgado um aumento de 3,5% de visitantes em relação ao inverno de 2017, não foi isso que se pôde notar pelos corredores. Havia menos visitantes, a olhos vistos. Embora acontecendo na Itália, houve menos visitação também de clientes italianos.

A sensação geral era de que a feira foi de fraca a razoável, nada que estimule, mas também nada desesperador.

Muito bom é saber que os nossos profissionais do comércio exterior não esperam acontecer nas feiras. Eles vão à luta, cada um no seu nicho, conquistando os seus clientes, e até desbravando alguns mercados. Viajam sem parar, tanto tempo longe das famílias, mas com a força de um guerreiro na arena. Não deixa de ser “matar um leão por dia”.

Feiras são apenas para trazer novos contatos, apresentando um conjunto de todos os produtos das coleções, uma vez que para cada mercado são levados somente os produtos que se adequam a esses.

A falta de consumo é que, no resumo de tudo, faz com que essas feiras já não tragam mais ninguém ávido por compras. Está tudo muito calmo, tanto no Velho Mundo, como no Brasil.

Todos os dias se escuta sobre a retomada do crescimento, mas isso ainda não chegou no bolso dos consumidores. As pessoas veem as notícias e, ao mesmo tempo, veem seus saldos bancários só diminuírem e, assim, têm medo de gastar seu dinheiro: só veem um futuro incerto.

O comportamento dos consumidores também mudou muito, e o mundo da moda já não representa mais o anseio principal de consumo. O mercado dos produtos de comunicação móvel, por exemplo, cresceu muito e continua crescendo, assim como tudo que se refere ao mundo Web.

O universo da estética e 'wellness' também não para de crescer.

Depois de tanta quebradeira de fábricas, não só no Brasil, será que a capacidade instalada de produção de calçados ainda está acima da capacidade de consumo? Ou é pelo interesse de consumo que se deve passar a medir isso?

Edela Land

Edela Land é profissional da área de comércio internacional, executiva da empresa alemã Landed Services (www.landed-services.com).
Contatos: edela@landed-services.de

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