Fôlego renovado no varejo nacional

29.01.2018 - Redação Jornal Exclusivo

Foto: Fotolia.com
Especialistas atribuem retomada a adequações e inovação no mercado
Mesmo ainda receosos, varejistas brasileiros já admitem a possibilidade de reaquecimento nos negócios em médio prazo. Economistas garantem que, após longo período de retração, 2018 deve ser um ano menos sofrido no comércio, com famílias mais dispostas a investir. Sob o ponto de vista da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), confirmar a expectativa otimista exige uma atuação estratégica, especialmente no âmbito do atendimento. Proporcionar experiências diferenciadas ao cliente segue como principal aposta, em meio a uma realidade pautada pelo Big Data.

Em outras palavras, se trata de potencializar o que vem dando certo e eliminar práticas ineficazes. Para isso, a entidade considera a qualificação das equipes uma das demandas mais urgentes. “Os novos hábitos de compra e o elevado grau de conhecimento dos consumidores sobre os produtos impõem aos vendedores um grande preparo técnico para que a compra seja cada vez mais uma experiência positiva”, pontua o presidente da Associação, Marcone Tavares.

O olhar atualizado sobre o comportamento dos profissionais tem na inovação sua principal aliada, na opinião do dirigente, que aponta o aplicativo Treinalojas Ablac como importante ferramenta para reduzir as carências. Lançado durante a Couromoda 2018, o aplicativo reúne vídeos sobre calçados, componentes, produção e técnicas de vendas, entre outros conteúdos. A ideia é oferecer informações de qualidade a milhares de pessoas.

A partir de uma gestão inteligente em todas as pontas do varejo de calçados, as vendas devem crescer em torno de 3% no mercado nacional, de acordo com a Ablac, que considera uma alta mais significativa, caso as reformas Tributária e da Previdência sejam concretizadas.

Franquias em acelerada marcha de evolução

Encaradas como investimento seguro em meio à crise, as franquias seguem com projeções mais elevadas de crescimento, na comparação com o varejo tradicional. Dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) indicam que o faturamento do setor deve registrar alta entre 9% e 10% em 2018. Em relação a 2017, informações preliminares apontam um aumento de 8% sobre 2016, saltando de R$ 151,2 bilhões para cerca de R$ 163 bilhões. O segmento Moda, que engloba empresas de calçados, vestuário e acessórios, mantém sua representatividade de 14% nos números da ABF e tem sete marcas no ranking das 50 maiores franquias do Brasil. Na cena calçadista, aparecem Havaianas, Carmen Steffens e Arezzo.

Diversos aspectos favorecem o sucesso dos negócios, segundo o presidente da entidade, Altino Cristofoletti Junior. “A baixa inflação, a queda da taxa básica de juros (Selic), a melhora dos índices de confiança do consumidor e do empresariado, e a retomada do crescimento do varejo e da atividade industrial são alguns dos fatores que contribuíram para o crescimento do franchising e que nos permitem projetar um desempenho mais positivo do setor em 2018”, explica. Para o executivo, fora o quadro macroeconômico, o ano foi marcado por três movimentos: a progressiva diversificação de canais, modelos e localização; a interiorização do franchising; e o crescimento de franqueados multiunidade.

“A busca por eficiência, novos mercados e por atrair um consumidor receoso se traduziu em muita inovação: novas estratégias de venda, de configuração de ponto comercial, aprimoramentos em produtos e parcerias das mais variadas. Neste movimento, os franqueados com mais de uma unidade tiveram o importante papel de assumir lojas em dificuldade, e as cidades do interior a função de manter viva a expansão”, afirma.

Mais investimentos para seguir crescendo

Com previsão de superar a meta de R$ 400 milhões em faturamento em 2018, em um crescimento de 23,5%, a Usaflex (Igrejinha/RS) encerrou 2017 com 118 franquias no Brasil. Pilar importante da companhia, a distribuição destas unidades representa 20% dos ganhos no balanço anual. O CEO da empresa, Sérgio Bocayuva, acredita que, mesmo com o mercado pendendo para as monomarcas, as lojas que vendem múltiplas etiquetas ainda reservam grande potencial. “O ano passado foi difícil para as multimarcas e elas precisam se renovar. Com os nossos parceiros, fizemos o caminho inverso da maioria e garantimos sucesso absoluto. Implantamos 491 corners, para explorar ao máximo o valor e a presença da marca. Muitas lojas tiveram mais de 50% de suas vendas concentradas na Usaflex”, revela.

Ampliar a exposição nas lojas e na mídia é uma das bases da estratégia do executivo para agregar valor à brand. Para este ano, a verba para divulgação deve pular de R$ 6,5 milhões para R$ 12 milhões, colocando a Usaflex em todas as plataformas. “Temos total segurança sobre a qualidade do produto e do atendimento. Diversificamos o mix e definimos as ações para alinhar às necessidades de franquias e multimarcas”, conclui ele, adiantando que o e-commerce, a ser lançado em meados do último trimestre de 2018, funcionará como apoio para estender o alcance da calçadista a todas as regiões do País.

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