Abertura da Couromoda 2018 carregada de otimismo

15.01.2018 - Roberta Pschichholz / Jornal Exclusivo, de São Paulo/SP

Foto: Roberta Pschichholz/GES-Especial
Cerimônia serviu de palco para manifestações políticas
Diante de uma plateia repleta de empresários, dirigentes e políticos, a abertura da Couromoda 2018 passou a limpo os 45 anos do evento. Fundador e presidente da promotora, Francisco Santos mencionou se tratar de um momento importante, que remete a 1973, quando a Couromoda nasceu como conceito, acompanhando os passos do setor calçadista no mercado externo e interno. O empresário lembrou que, naquele momento, era preciso mudar a maneira de vender a produção da indústria brasileira, ainda muito baseada na visita de lojistas e importadores aos polos produtores. “Achamos que era o momento de sermos mais agressivos, levando nossas indústrias ao encontro dos compradores do centro do País e no mercado global”, disse. Da mostra que começou no Hotel Nacional, no Rio de Janeiro, em 1975, até a feira dos dias atuais, foram, literalmente, enfrentadas tempestades, até que São Paulo recebeu a Couromoda de braços abertos, mais precisamente João Dória Jr, à época presidente do Parque Anhembi e hoje prefeito de São Paulo.

ANOS DIFÍCEIS

Firme no propósito de ser uma ferramenta para o desenvolvimento da moda brasileira, o evento enfrentou, assim como toda economia brasileira, três últimos anos difíceis, que obrigaram a promotora a repensar as dimensões da programação, agregar inovações e mudar de endereço. “Nos adaptamos ao momento, assim como a indústria calçadista”, definiu Francisco, sem deixar de agradecer o apoio de industriais e lojistas que prestigiam a Couromoda.

residente da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), Marcone Tavares mencionou o papel da Couromoda de propiciar um ambiente não apenas para tratar de negócios e alinhar as expectativas da indústria e do varejo, mas também para encontrar amigos e confraternizar. O executivo também apelou para a necessidade de desburocratizar o País, prejudicado pela alta carga tributária que achata os resultados das empresas.

Presidente do Conselho Deliberativo da Abicalçados, Rosnei da Silva, lembrou que nenhum negócio sobrevive por 45 anos sem ter feito algo grandioso. Também mencionou o poder de resiliência da indústria nacional, presente hoje em 150 países, e acredita que o Brasil é o endereço perfeito para se produzir calçados.

ADMIRAÇÃO MÚTUA

Dória falou de toda sua admiração pela família Santos e disse que os 45 anos do evento são uma demonstração clara do fortalecimento do setor. “A China não existia 45 anos atrás”, ressaltou, enfatizando que ainda assim o País conseguiu manter sua indústria. “Muito disso se deve à Couromoda, por aglutinar o setor”, considerou. Eficiência, organização e pragmatismo foram os termos usados pelo prefeito de São Paulo para definir a Couromoda. Para ele, as palavras do momento são confiança e esperança.

Quem também foi lembrado por Francisco por sua trajetória política e seu engajamento com o segmento foi o governador Geraldo Alckmin, último a se manifestar durante a abertura. “A Couromoda é agenda obrigatória porque gera emprego”, disse, ao justificar sua presença em praticamente todas as edições. Ele também reafirmou ser nítida a recuperação da economia e referiu a ociosidade da indústria como um desafio a ser vencido. “Que esta não seja apenas uma recuperação cíclica, mas sim sustentável. Para isso, é preciso ter uma agenda de competitividade, que estimule a atividade empreendedora”, defendeu, sem deixar de mencionar a necessidade da reforma tributária.

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