O ano de 2017 foi particularmente difícil. O mercado interno se retraiu ainda mais e muitas empresas, que já vinham tendo redução nas suas vendas, passaram a sentir dificuldades para honrar seus compromissos e manter o negócio saudável. A boa notícia é que, aparentemente, o empresariado se “despregou” da situação política nacional e arregaçou as mangas para tentar sair da crise por suas próprias forças.
O próximo ano, considerando o resultado das pesquisas de confiança dos empresários, os números da recuperação da economia – ainda modestos, mas pelo menos positivos – é possível ter a esperança de dias um pouco melhores. Observando a economia mundial e a evolução das tímidas reformas promovidas pelo governo brasileiro, conclui-se que a partir de 2019/2020 voltaremos a crescer. Até lá, temos muito a fazer internamente nas empresas, com a melhoria de processos e adequação das linhas de produto, e externamente na aproximação com os clientes tradicionais e na ampliação dos mercados.
Neste último ponto é interessante observar o mercado russo. Segundo a World Footwear, depois de sofrer uma queda de quase 50% no valor das importações de calçados em 2014 e 2015, o país fechou o primeiro semestre de 2017 com um aumento de mais de 36% em valor e 42% em volume. Quase a metade de todos os calçados que aquela nação importa são de couro, que tiveram seus preços reajustados em 13% neste ano. A China, que tem sido nosso grande concorrente em nível mundial, perdeu um terço das suas exportações para a Rússia. Em compensação, as importações da Itália, Espanha e Portugal cresceram rapidamente (acima de 30%), tanto na quantidade quanto no volume.
Gigante
O Brasil tem uma participação insignificante na venda de calçados para este gigante, com área duas vezes maior que a nossa e localizado parte na Europa e parte na Ásia. Portanto, temos uma enorme oportunidade num mercado que representa hoje 3 bilhões de dólares. Nossos concorrentes são fortes, mas temos condições de competir.
Conhecer o mercado russo, sua cultura e as implicações climáticas é fundamental. São mais de 146 milhões de habitantes, que no próximo ano viverão mais uma edição da Copa do Mundo, que deverá movimentar ainda mais a economia local.
Orientações
O Ministério das Relações Exteriores, através do seu Departamento de Promoção Comercial e Investimentos, lançou em 2013 publicação com orientações de como exportar para a Rússia. A oportunidade é muito interessante!