NATAL deve movimentar R$ 51,2 bi na economia

27.11.2017 - Redação Jornal Exclusivo

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Os sinais mais recentes de uma lenta e gradual recuperação econômica já se refletem nas perspectivas para o período mais importante em faturamento e volume de vendas no varejo: o Natal. Pesquisa realizada em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que 110,8 milhões de consumidores brasileiros devem presentear alguém nesta data em 2017. Se as expectativas forem confirmadas, este ano será um pouco melhor do que 2016, quando a projeção havia sido de 107,6 milhões de consumidores nas lojas. Em termos percentuais, 73% dos brasileiros pretendem comprar presentes para terceiros no Natal, número que se mantém elevado em todas as faixas etárias e classes sociais. Apenas 8% disseram que não vão presentear, ao passo que 18% ainda não se decidiram.

Considerando somente a aquisição de presentes natalinos, a movimentação de dinheiro na economia deverá ser de R$ 51,2 bilhões no comércio, cifra que representa um leve crescimento nominal na comparação com 2016, quando a projeção girou em torno de R$ 50 bilhões.

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Expectativa de compensação por resultados tímidos

Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, a injeção desse volume de recursos na economia mostra os motivos pelos quais o Natal é o período mais aguardado do ano. “De um lado, milhões de consumidores investem tempo e recursos financeiros na compra de presentes e na preparação das celebrações; do outro, empresários se preparam para contratar mão de obra e aumentar a produção, na esperança de que as vendas compensem o resultado tímido do ano”, afirma Pellizzaro Junior, acrescentando que há índicios de que a disposição para consumir dos brasileiros está retornando.

Gasto médio total de R$ 461,91

Em média, os consumidores ouvidos na pesquisa pretendem comprar entre quatro e cinco presentes – no ano passado, esse número era de quatro aquisições. O valor médio de cada item será de R$ 103,83, mas, considerando a compra de todos os presentes, o brasileiro deve desembolsar, em média, R$ 461,91, cifra muito próxima à observada em 2016, de R$ 465,59. Nas classes A e B, o valor gasto sobe para R$ 630,96; e cai para R$ 414,25 entre as pessoas da classe C. Há, contudo, uma parcela considerável de 43% de consumidores que ainda não se decidiu quanto ao investimento.

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Maioria quer investir em produto melhor

Outro dado que sugere uma disposição maior de consumo para o Natal deste ano é que a maioria dos consumidores irá gastar, individualmente, a mesma quantia (33%) ou mais do que em 2016 (19%). Os que pretendem desembolsar menos representam 26% da amostra.

Considerando os que vão investir mais este ano, um quarto (25%) garante que irá adquirir um presente melhor, enquanto 17% reclamam do aumento dos preços. Há, ainda, 14% que economizaram ao longo do ano para poder ousar mais com os mimos natalinos. Em contrapartida, quase um terço (32%) dos consumidores que planeja diminuir os gastos dá como justificativa a situação financeira ruim e o orçamento mais apertado. Outros 23% querem poupar, enquanto 13% possuem outras prioridades de compra, como a casa própria ou um automóvel.

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EMPOLGAÇÃO com a data

Ter o hábito de presentear (64%) e considerar o gesto importante (31%) são as razões mais comuns entre aqueles que decidiram comprar presentes neste Natal. Entre aqueles que não irão investir, 20% não o fazem por falta de hábito ou porque não gostam. As demais razões estão mais ligadas à crise, como a falta de dinheiro (17%) e o desemprego (15%). Os que estão endividadas e precisam pagar contas somam 10% desses consumidores.

De acordo com a pesquisa, 64% dos clientes se declaram empolgados com as festas, contra 27% que estão desanimados ou menos empolgados que na mesma data do ano passado. “Tradicionalmente, há muita expectativa em torno do Natal. Embora os brasileiros estejam enfrentando tempos difíceis, com altos patamares de desemprego e uma grave crise política e social, o simbolismo e a atmosfera emocional dessa época do ano parecem predominar e despertar sentimentos positivos na maioria das pessoas”, observa a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

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Pesquisa de preços necessária

Em tempos de recessão, mesmo com a inflação controlada, é comum que o consumidor tenha a sensação de que o orçamento está mais apertado e que a renda não acompanha o ajuste de preço dos produtos. Tanto é que, entre a maioria dos consumidores ouvidos, predomina a impressão de que os presentes de Natal estão mais caros em 2017 do que no ano passado (58%). Para 22%, os produtos estão no mesmo preço de 2016, enquanto apenas 7% falam em preços menores.

Investir tempo para fazer pesquisa de preço será novamente um hábito frequente entre os compradores: 83% garantem que vão adotar a prática e a Internet (76%) será a principal aliada para fazer esse tipo de comparação. Outros 50% vão pesquisar em lojas de shopping e 48% vão comparar preços indo de porta em porta nas lojas de rua.

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Compras on-line ultrapassam os shopping centers

Neste ano, pela primeira vez, as lojas on-line ultrapassaram os shopping centers como o local de maior concentração das compras de Natal. Em cada dez compradores, quatro (40%) optam pela Internet, o que representa um crescimento de oito pontos percentuais em relação a 2016. Na sequência estão os shopping centers (37%), lojas de departamento (37%) e lojas de rua (26%). Os endereços on-line preferidos são os das grandes redes varejistas (68%), sites de classificados de compra e venda (42%) e lojas especializadas em vestuário e acessórios (34%).

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CUIDADOS na Internet

Para quem vai comprar on-line, o educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli, faz um alerta: “É preciso ter cuidado para realizar compras pela Internet. O ideal é fazer os pedidos com certa antecedência para que os presentes cheguem a tempo das festas. O atraso na entrega de encomendas é um problema que os consumidores costumam enfrentar nesta época do ano, mas que podem ser evitados se houver planejamento”, alerta.

Na opinião dos entrevistados, os fatores que mais pesam na escolha do ponto de venda são o preço (58%), ofertas e promoções (50%), diversidade dos produtos (27%) e a qualidade do atendimento (20%).

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Calçados estão em 31% das intenções de compra

De acordo com o estudo do SPC Brasil e da CNDL, por mais um ano, as roupas permanecem na primeira posição do ranking de produtos que os consumidores pretendem comprar para presentear no Natal (56%). Os brinquedos (43%), perfumes e cosméticos (32%), calçados (31%) e acessórios, como bolsas, cintos e bijuterias (24%), completam a lista de produtos mais procurados para a data. Presentes de maior valor agregado como celulares (12%), jogos e videogames (10%), eletrônicos (8%) e joias (8%) ficaram menos bem posicionados neste ano.

Filhos são preferência

No ranking daqueles que serão agradados com presentes neste Natal, os filhos aparecem em primeiro lugar (63%). Em seguida, os mais mencionados são os maridos ou esposas (49%), mães (47%), irmãos (27%) e pais (21%).

Na hora de escolher os presentes, o fator que os consumidores mais levam em conta é o perfil do presenteado (28%), seguido do desejo de quem vai receber o presente (20%), da qualidade do item (16%) e das promoções ou descontos (13%).

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Pagamentos À VISTA

Neste ano, o pagamento à vista será o meio mais utilizado pela maioria dos entrevistados ouvidos (52%), seja em dinheiro (34%) ou no cartão de débito (19%). Os que vão se utilizar de alguma modalidade de crédito somam 43% dos compradores, sendo que o parcelamento lidera, com 31% de menções, seguido do cartão de crédito em parcela única (9%) e do crediário (2%).

Na média, as compras parceladas serão divididas em cinco vezes. Isso significa que esses consumidores vão comprometer parte de sua renda com prestações natalinas, que só deverão ser totalmente quitadas na Páscoa ou no mês do Dia das Mães. “O brasileiro chega ao fim deste ano com a impressão de que o pior momento da recessão ficou para trás, mas deve ter cuidado em não dividir compras com prestações a perder de vista. Se a inflação controlada e a queda dos juros servem de alento, os altos níveis de desemprego ainda são um problema. É hora de controlar gastos, organizar prioridades e conduzir o orçamento de modo responsável, sem se levar pelo emocional ou assumir compromissos acima da capacidade”, orienta a economista Marcela Kawauti.

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