A 83ª edição da theMicam, que ocorreu de 17 a 20 de setembro, em Milão, encerrou o ciclo de exposições internacionais de coleções de verão 2018. Pode-se dizer, sem medo de exagerar, que foi uma feira muito boa. Nossas sandálias são as mais lindas do mundo, e o mundo reconhece isso. Os estandes de expositores do Brasil – e também os demais participantes – tiveram muitas visitas. Os brasileiros “escreveram” bastante, o que é muito alentador.
Pode-se concluir que a falta de uma GDS, e o cunho mais regional da Gallery Shoes, somou pontos a favor da theMicam. O que é muito bom, porque os gastos tanto de expositores como de compradores, de estar em duas feiras, já não é mais permissível. Mesmo os alemães estiveram em peso expondo na theMicam, o que quer dizer que não estão acreditando muito na internacionalização da Gallery Shoes.
Até o cônsul brasileiro em Milão visitou os estandes brasileiros, e tive a oportunidade de conversar com ele, ocasião em que me perguntou o que mais aflige os empresários brasileiros. Fui muito clara em dizer que a indústria esteve e está sem apoio governamental, e que todos os que tiveram o azar de ser empresários são considerados exploradores do próximo. Isso está presente por todos os lados, a ponto de lojistas serem processados como coadjuvantes dessa exploração. Além disso, como sempre friso, a falta de uma política industrial de exportação, que suavize as bruscas oscilações do valor da nossa moeda, nos impede de sermos fornecedores habituais, e passamos a ser somente fornecedores de oportunidade.
Deixando de lado os perrengues brasileiros que não se resolvem nunca, a feira foi boa, e isso é alentador! Meu recado: o Brasil que trabalha precisa de apoio e atenção! O Brasil que trabalha não quer ser bolsista!