A oscilação mensal da atividade industrial do Rio Grande do Sul nos últimos seis meses não aponta qualquer tendência para os indicadores, que estão em níveis muito próximos de seus pisos históricos. Segundo Müller, a atenuação das taxas negativas nas formas de comparação mais longas confirma apenas que a indústria parou de cair no período, e segue com um processo de estabilização. “O cenário de retomada da atividade nos próximos meses está mantido, baseado nas reduções da taxa básica de juros e da inflação, no retorno da confiança e incremento das exportações industriais. Porém, senão ameaçada, deverá ser ainda mais lenta e gradual do que a prevista. Ressalte-se que a incerteza sobre a aprovação das reformas, suporte da recuperação da economia brasileira, aumentou muito diante do agravamento da crise política em maio”, destaca o presidente da Fiergs.
Entre os componentes do IDI/RS, o recuo de 8,3% no faturamento real foi o principal responsável pelo desempenho negativo no mês. A indústria gaúcha em abril também registrou quedas nas horas trabalhadas na produção (-1,2%) e na utilização da capacidade instalada-UCI (-1,1 p.p), em relação a março. Registraram crescimento as compras industriais (2,2%) assim como a massa salarial real (0,4%). O emprego ficou praticamente estável (0,1%).
Calçado em destaque
Dez dos 17 segmentos industriais pesquisados registraram queda na atividade no ano. Os principais impactos negativos vieram de Veículos automotores (-9,3%), Alimentos (-4,8%) e Tabaco (-6,4%). O destaque positivo ficou com Couros e calçados (1,1%), Químicos e derivados de petróleo (1,2%), Produtos de metal (2,7%) e Máquinas e equipamentos (0,8%).