Atividade industrial tem boa reação em fevereiro

22.03.2017 - Michel Pozzebon / Jornal Exclusivo

O Índice GS1 de Atividade Industrial, que mede a intenção de lançamento de novos produtos pela indústria nacional, avançou 2,6% em fevereiro na comparação com o mês imediatamente anterior, para o dado livre de efeitos sazonais. Apesar deste ligeiro avanço na margem, o indicador não recupera a forte queda anotada em janeiro (-21,4% em termos dessazonalizados), e ainda se encontra em patamar inferior ao apresentado em fevereiro de 2016 (-16,5%).

O desempenho relativamente fraco do indicador nos primeiros dois meses do ano parece mostrar que a esperada retomada de atividade econômica – em especial da atividade na indústria de transformação – ainda não está ocorrendo. “Contudo, para se realizar uma previsão anual, é necessário correlacionar este índice com outros indicadores e cenários econômicos, que influenciam a atividade industrial”, aponta Virginia Vaamonde, CEO da Associação Brasileira de Automação - GS1 Brasil (organização responsável pelo padrão global de identificação de produtos e serviços - Código de Barras e EPC/RFID - e comunicação - EDI e GDSN - na cadeia de suprimentos).

Dados retratam passado do setor

Questionado sobre os resultados do Índice GS1 de Atividade Industrial, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), Marlos Schmidt, informou que o indicador não é acompanhado pela entidade e reforçou as estratégias para manutenção da competitividade do setor. “Não posso falar sobre avaliação ou repercussão desse indicador para os fabricantes de máquinas do setor de couro e calçados. Mas posso destacar que nossas expectativas e atividades enquanto associação são no sentido de divulgar e incentivar as empresas, mesmo nos momentos em que os desafios nos demonstram caminhos diferentes, que tenham parte dos recursos destinados para a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos ou melhorias significativas nos produtos já existentes”, afirmou o dirigente.

Perspectivas boas

Para o diretor da Orisol do Brasil (Campo Bom/RS), André da Rocha, em um mercado com baixa atividade econômica é natural a queda na intenção de lançamentos. “Por outro lado, este índice é sempre ‘fotografia’ do passado e muito influenciado pelos lançamentos da indústria do varejo e construção civil, que passam por grande ajuste no Brasil”, constata o executivo. Rocha acrescenta que as perspectivas da empresa, maior subsidiária no mundo da taiwanesa Orisol, são positivas. “Com a queda dos juros e da inflação e a maior estabilidade política, gradativamente o nível de investimentos vai aumentar. O Brasil precisa muito aumentar a produtividade geral da economia e a Orisol é protagonista desta evolução na indústria de calçados”, sustenta.

COMO O ÍNDICE É CALCULADO?

A base para o cálculo do Índice GS1 de Atividade Industrial é a quantidade de pedidos de códigos de barras solicitados à GS1 Brasil pelas empresas para o lançamento de seus produtos no mercado. Para se chegar ao indicador, a amostra envolve indústrias associadas à organização que atuam em vários setores como bebidas, fumo, têxteis, calçados, papel e celulose, produtos farmacêuticos, equipamentos de informática, eletrônicos etc. São atividades descritas nas divisões de 10 a 33 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas do IBGE. Outro aspecto é a série histórica do indicador, que contempla números desde 2002, permitindo a incorporação a modelos de projeção de atividade industrial. A composição do Índice GS1 de Atividade Industrial contempla integralmente a base associativa da organização, em que os setores têxtil, couro e calçados representam cerca de 20%.

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