Cenário positivo para indústria calçadista, projeta IEMI

20.01.2017 - Redação Jornal Exclusivo
Foto: Agência CNI IEMI projeta crescimento na produção de calçados para 2017
IEMI projeta crescimento na produção de calçados para 2017
Com 2016 encerrado e os números referentes à produção, comercialização e consumo de calçados do ano praticamente compilados, o IEMI - Inteligência de Mercado apresenta suas expectativas em relação a 2017. Embora a confirmação dos dados dos últimos 12 meses só deva sair em fevereiro, o instituto prevê um cenário positivo, com crescimento na produção (tanto em pares, quanto em reais) e no consumo interno. Otimismo também em relação às exportações, que devem crescer, e às importações, que devem diminuir. O que ainda falta para completar a equação do crescimento, segundo o IEMI, é a normalização da confiança em todas as pontas da cadeia.
Por outro lado, conforme o economista e diretor do IEMI, Marcelo Villin Prado, o que ainda torna incerto um futuro bastante animador é a vulnerabilidade da política brasileira, que foi justamente o que interferiu negativamente no desempenho do setor calçadista e da economia nacional como um todo em 2016. “A parte política continua sendo uma bola de ferro amarrada à perna”, define ele. Entretanto, o economista opina que, caso questões políticas não tenham grande interferência negativa no cenário econômico nacional neste ano, a recuperação pode ocorrer em uma velocidade surpreendente.
Anos difíceis
Lembrando que a crise instalou-se no Brasil em meados de 2015 e que culminou na metade de 2016, Prado reconhece que foram dois anos difíceis para o setor calçadista. “O Brasil tem 12 milhões de desempregados, mas precisamos lembrar que ainda temos 88 milhões de empregados, que estão com dinheiro no bolso e que representam o quinto maior mercado do mundo para o calçado”, aponta o diretor do IEMI.
Para ele, a única coisa que está faltando para o Brasil retomar o caminho do crescimento é todo o setor acreditar que o cenário está mudando. E a tão importante e esperada confiança pode ser baseada em fatos reais, como a queda da inflação e dos juros e a melhoria do acesso ao crédito.
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Cautela do consumidor é o desafio
O novo presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), Marcone Tavares, aponta que a cautela do consumidor é o principal desafio a ser superado pelo mercado. Confira ações possíveis para reverter o quadro e as expectativas da associação para 2017:
O ano de 2016 foi mais difícil do que o previsto para o varejo calçadista?  Previa-se que seria um ano difícil, mas o grau de dificuldades aumentou com o agravamento da crise política. As incertezas fizeram o consumidor retrair-se e reduzir as compras. O calçado foi um dos itens mais afetados e deixou de figurar entre os cinco grupos de produtos com maior participação nas despesas familiares em 2016. Perdeu posições para alimentação e os gastos públicos, entre outros.
Qual a maior dificuldade enfrentada atualmente pelos varejistas? Sem dúvida, a cautela do consumidor diante do cenário de risco ao emprego. Sem garantia de manutenção da renda e, por vezes, com renda menor, o consumidor foi obrigado a cortar gastos.
Como reverter a sequência de queda nas vendas? Fatores como a oferta de novidades, o bom atendimento e as condições de pagamento são essenciais. Para atrair de volta os compradores, as lojas também devem realizar promoções, ter sortimento adequado, ter produtos para todos os bolsos, evitar a ruptura dos clientes, facilitar o pagamento, oferecer parcelamento, conceder descontos, potencializar o crediário, desenvolver estratégias de comunicação, promover eventos, implantar/ativar um programa de fidelidade e utilizar as redes sociais.
Quais são as expectativas da Ablac para 2017? Devemos ter um pequeno crescimento de vendas, entre 1% e 1,5%. Embora pareça pouco, é um resultado positivo depois de pelo menos dois anos sucessivos de queda. São necessárias medidas que ofereçam segurança às pessoas e as estimulem a voltar a comprar. As lojas fazem a sua parte, mas os agentes políticos e econômicos devem colaborar.

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