Vendas de fim de ano podem ajudar o varejo de moda

10.11.2016 - Redação Jornal Exclusivo
Foto: Fotolia.com Black Friday e 13º salário podem motivar o consumidor às compras
Black Friday e 13º salário podem motivar o consumidor às compras
A crise econômica atual tem impactado o consumo e, com isso, o desempenho do varejo de moda. Com a chegada do Natal, o setor estima estabilidade nas vendas de fim de ano, se comparado ao mesmo período de 2015. Enquanto que a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex) aponta que o 13º salário pode motivar o consumidor a voltar às compras, incluindo os artigos de vestuário, a Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac) acredita que a Black Friday pode surpreender positivamente.
Para o diretor-executivo da Abvtex, Edmundo Lima, será um movimento de melhora vagaroso, com a recuperação prevista para 2017. “No momento, os consumidores ainda estão retraídos e as varejistas também fazem um planejamento conservador com relação às vendas de fim de ano. Obviamente, o 13º salário é uma injeção adicional de recursos no mercado, o que pode incentivar o retorno ao consumo”, afirma.
A associação têxtil diz que as vendas apresentaram discreta melhoria no desempenho de produtos específicos, especialmente os artigos promocionais e com preços mais populares. A crise alterou os hábitos de consumo do brasileiro que precisa administrar o orçamento mais limitado. “A troca de produtos mais caros por mais acessíveis está ocorrendo também no segmento de vestuário e as redes voltadas a atender os públicos C e D vêm atraindo mais pessoas”, comenta Lima.
Calçados
O diretor-executivo da Ablac, Wesley Barbosa, diz que 2016 está sendo um ano mais otimista do que 2015 para o varejo. Por isso, indica para os lojistas que não deixem seus estoques vazios neste fim de ano, pois novembro e dezembro podem surpreender nas vendas. A Black Friday, que neste ano ocorre em 25 de novembro, pode alavancar as vendas neste final de 2016, segundo Barbosa.
Presidente da Ablac, Imad Esper também frisa que a expectativa dos varejistas é sempre boa neste período. No entanto, ele não vê uma elevação substancial nos negócios, pois o consumidor está cauteloso e deve continuar assim por um bom tempo. “As vendas do varejo serão estáveis, com crescimento pequeno, se houver. Acreditamos que o cenário só será positivo quando as taxas de desemprego começarem a cair.”
Momento bom
Para as Lojas Calci Franquias (Lajeado/RS) as expectativas são as melhores para este período pré-Natal. Até outubro, o faturamento das 15 lojas já cresceu cerca de 20% sobre o mesmo período de 2015 e o mesmo índice é prospectado para o fim do ano.
O diretor de Operações, Nilton Colombo, acredita que as vendas serão melhores porque o consumidor já está mais confiante e há uma redução da dívida das famílias, o que se reflete na ampliação da busca por crédito. Além disso, em decorrência das dificuldades do ano, há uma demanda reprimida: gente que deixou de comprar calçados e agora, com as novas perspectivas, está recomeçando a consumir.
Em relação ao 13º salário, ele diz que sempre colabora. “A primeira parcela quita dívidas, mas a segunda é para consumo”, pondera.
Lojistas cautelosos
Empatar com as vendas realizadas em 2015 já será considerado um resultado satisfatório para a Radan Calçados (São Leopoldo/RS). O diretor da rede de 13 lojas, Raul Viega da Rocha, comenta que 2016 tem sido mais difícil para o comércio do que o ano anterior. Ele também cita o desemprego como complicador para a retomada do consumo. “Neste caso, o varejo é o último a sentir a melhora”, opina.
Um dos reflexos do desemprego é, segundo o empresário, o aumento da inadimplência. Ele relata que a maioria das vendas em suas lojas são feitas com pagamento via cartão de crédito ou crediário próprio. “De dois anos para cá, a inadimplência triplicou”, revela.
Da mesma forma, para a Pontal (São Paulo/SP) este Natal deve repetir o volume de vendas do ano passado. O diretor da rede de 44 lojas, Manoel Kherlakian Neto, conta que normalmente em dezembro o faturamento dobra em relação ao mês de novembro e espera que a tradição se repita. Como o faturamento já está baixo, o aumento deve ser proporcional. Para a rede, a Black Friday tem sido uma boa oportunidade para vender artigos a preços promocionais. “Depois da recessão de 2014, este tem sido o pior momento para o varejo”, avalia Kherlakian, explicando que se acabaram as reservas tanto de pessoas físicas, quanto das jurídicas. “O fundo do poço chegou! Inclusive as compras por impulso diminuíram”, relata o empresário.

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