Future Footwear

11.10.2016
A Abicalçados lançou recentemente, com o apoio das demais entidades do setor, o projeto Future Footwear. Esta iniciativa tem como objetivo que a cadeia coureiro-calçadista comece a pensar no seu futuro, nas tendências do mercado consumidor, em como a tecnologia vai influenciar produto, processo e equipamento.
Esta iniciativa começou há dois anos, quando em conversa com o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, fizemos uma provocação à entidade, questionando como ela poderia sinalizar às indústrias os caminhos a serem percorridos para evoluir tecnologicamente e tornarem-se ainda mais competitivas e de forma globalizada. Desta conversa surgiu a ideia de elaborarmos um pré-projeto que contemplasse estudos e ações para serem trabalhados pela entidade.
De posse deste documento, a equipe da Abicalçados, composta por jovens muito competentes e conectados com o mundo virtual, passou a pesquisar maneiras de implementar as ideias por nós propostas, incrementando com outras ideias, principalmente voltadas a design e produto, especificamente.
Esta segunda proposta foi, então, apresentada às demais entidades, que opinaram e contribuíram para alinhar as ações e objetivos. Surgiu o projeto Future Footwear, que busca transformar o Brasil em um grande protagonista da indústria mundial de calçados no futuro.
A união das ações setoriais, a realização das atividades do projeto, o apoio governamental e a adição de novos parceiros, inclusive de outros segmentos, que tenham algo ou muito a contribuir para o avanço tecnológico e a inovação do setor, poderão transformar a nossa indústria de calçados verdadeiramente, tornando a atividade do fabrico de calçados em algo muito atrativo para as novas gerações de trabalhadores e uma atividade ainda mais rentável.
Mundo virtual
Temos muito o que fazer em termos de simulação de estruturas fabris, desenvolvendo manufaturas digitais que proporcionem todas as informações necessárias para os gestores tomarem as decisões mais acertadas. A automação dos processos produtivos é outra linha que devemos avançar para melhorar a produtividade e compensar a falta de mão de obra, que passou a ser um dos grandes problemas da nossa indústria. Ainda, a informatização total dos sistemas de desenvolvimento de produto e de gestão fabril, com o ERP integrando totalmente a empresa. Por fim, sistemas fabris com autogestão, em que as máquinas se comunicam entre si e as linhas de produção se autoajustam de acordo com as informações repassadas por sistemas de leituras por códigos de barra ou rádiofrequência (RFID).
Portanto, temos muito a evoluir. Que ótimo. Se já somos competitivos neste momento, poderemos ser muito mais com toda esta inversão tecnológica. Pelo contrário, se nos mantivermos neste estágio por muito tempo, acabaremos perdendo muito desta competitividade. Então, a escolha só pode ser esta. Aceitamos o desafio!

Luis Coelho

Luís Coelho é consultor internacional de empresas formado em Tecnologia de Produção de Calçados e pós graduado em Educação pela Feevale, com MBA em Comércio Exterior e Negócios Internacionais pela FGV. É diretor da Coelho Consultoria Empresarial Ltda.

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