O desconforto da zona de conforto

11.10.2016
Pode ter existido uma época que o conceito de estar na zona de conforto era ficar em um patamar administrável dos negócios, em que a receita era suficiente, mas não abundante, e o nível de trabalho era pequeno, necessitando apenas de uma manutenção básica. De uns tempos para cá, começou a se entender zona de conforto mais pela ótica do trabalho feito e menos pelo resultado ganho. Diminuir o trabalho, não importa o nível que estava antes, para o mínimo possível. Isso virou o conceito de nova zona de conforto. Em vendas, nasceram os vendedores TQQ, ou seja, terça, quarta e quinta. Só trabalham nestes dias. Nos demais estão organizando “as coisas”, mas na verdade é o porteiro da zona de conforto te chamando e tu obedecendo sem questionamento. Você acredita mesmo que na sexta, na segunda e no sábado pela manhã não se possa fazer nada para melhorar as vendas? Uma grande pena de quem acredita nisso.
O interessante disso é que reduzir o trabalho para o mínimo possível não acontece só em vendas. Já questionei empresas onde alguma parte dos funcionários não fazia bem as suas atividades. A explicação era que eles ganhavam pouco, então, não dava para exigir demais. Em algum lugar os conceitos de produtividade se perderam. Hoje, quando você sai da zona de conforto, você entra na zona de aprendizagem. Estar neste ambiente é algo que surpreende os bons profissionais, pois aqui se visualizam as oportunidades novas e os resultados antes inalcançáveis.
Muitos que lerão este texto acharão que estão na zona de aprendizagem, mas que a maior parte dos seus colegas é acomodada e está na zona de conforto. Será mesmo que você está na zona de aprendizagem?
Eu gostaria que existisse um maior desconforto na zona de conforto que hoje significa zona de pouco trabalho e, talvez, muita ocupação. E isso não significa menos resultado e menos dinheiro e, sim, menos sentido e prazer. O prazer de não se frustrar ao assumir metas audaciosas é hoje um dos maiores imobilizadores que existem no mundo profissional. O que quero dizer é que vai doer assumir o dobro do esforço necessário para você mudar de vida, ser um profissional necessário e que gera ganhos por onde passa.
Les Brown disse que “muitos de nós não estamos vivendo nossos sonhos porque estamos vivendo nossos medos”. Ao viver nossos medos, não assumimos nada que seja desconhecido. Já ouvi de vendedor que ele não vendia muito para seus clientes com medo de que eles ficassem inadimplentes e que eles perdessem o cliente para sempre. E era de um cara que não batia metas e só ficava de blábláblá. Justificado, então.
Eu coloquei um dia uma frase no Facebook: “Decida ser incrível”. Uma pessoa respondeu: “Pra quê?”. Acreditar que não escrever o livro que tanto queria ter escrito, que não emagrecer e ter o corpo que tanto admira, que escolher não vender mais e assumir a posição de líder no setor e na sua categoria ou que deixar de estudar algo e se atualizar são opções erradas. Você resolveu viver os medos e não os sonhos. É melhor correr o risco e crescer na vida 45% buscando 100% do que planejar manter o que se tem e com o tempo o seu mundo ficar cada vez mais pequeno. Eu respondi para a pessoa no Facebook e refaço a pergunta para vocês: “Por que não?”

Gustavo Campos

Gustavo Campos é coach comercial, sócio e analista de inteligência da FOCAL Pesquisas.
www.focal.com.br
focal@focal.com.br

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