Bráulio Wolff: roqueiro empreendedor

08.08.2016 - Carina Locks / Jornal Exclusivo
Foto: Marcelo Collar/GES-Especial Histórico escolar de Wolff é guardado pela mãe, Vera, até hoje
Histórico escolar de Wolff é guardado pela mãe, Vera, até hoje
O brilho nos olhos de Bráulio Wolff ao falar de sua trajetória profissional deixa evidente que o seu destino não poderia ser outro além do sucesso. O entusiasmo também transborda em emoções e sorrisos quando lembra da escola e dos professores que mostraram a ele um mundo de alternativas profissionais. Embora seus pais atuassem diretamente na produção calçadista, o jovem escolheu empreender no setor de componentes e, após duas décadas, a opção confirma-se como superacertada: a Wolfstore faz a diferença na vida de 180 funcionários e deve faturar mais de R$ 40 milhões em 2016.
Wolff não tem dúvidas de que o curso Técnico em Calçados, iniciado por ele em 1985 e concluído em 1988, foi extremamente importante para sua formação. Na época, eram três anos de aulas teóricas e práticas, mais um ano de estágio. “O Senai abre portas nas empresas”, fala com convicção, referindo-se ao passado e ao presente. Emocionado, o empresário lembra que o curso foi decisivo no processo de seleção para um emprego que conquistou na então Renner Indústria Têxtil (Cachoeirinha/RS), e que determinou o rumo de sua carreira. “Disputei a vaga com outros três candidatos e fui escolhido porque tinha o Técnico em Calçados”, pondera Wolff, que naquela empresa aprendeu e passou a interessar-se por tecidos, que hoje são a razão de existir da Wolfstore.
Colegas multiculturais
Muitas são as lembranças que despertam em Wolff boas recordações do período em que cursou o Técnico em Calçados. Amizades intensas foram criadas com colegas de outros polos calçadistas brasileiros e, inclusive, de outros países da América Latina, que buscavam qualificação na renomada escola de sapateiros. “Como muitos rapazes vinham de longe para estudar no Senai, não tinham família em Novo Hamburgo e passavam os finais de semana lá em casa”, recorda a mãe de Wolff, Vera Irene, que ainda guarda, com orgulho, o histórico escolar do filho.
Na época em que Wolff escolheu a carreira que iria trilhar, a mãe tinha um pequeno ateliê de calçados. Anos antes, a família chegou a ter uma pequena fábrica calçadista. Já o pai, que também incentivou Wolff a fazer o então exigido teste de seleção para ingressar no curso, foi gerente de produção de fábricas do setor durante toda a vida profissional.
Entre as lembranças mais emocionantes do empresário está a banda de rock que montou com outros três colegas do Senai. “Se chamava Direto na Veia e chegamos a fazer apresentação em uma festa de São João da escola e no Centro de Cultura da cidade, mas não durou muito”, conta, entre sorrisos, o ex-contrabaixista.
Foto: Arquivo pessoal Modelagem atraía Wolff quando aluno
Modelagem atraía Wolff quando aluno

Liderança já na época do Grêmio Estudantil
Atualmente, na carteira de clientes da Wolfstore estão ex-colegas do Senai, que também são encontrados com frequência em feiras calçadistas ou em empresas visitadas por Wolff. O cargo de vice-presidente do Grêmio Estudantil na escola já mostrava o espírito de liderança e empreendedorismo do jovem, que fez o estágio no último ano do curso na Calçados Maide (Dois Irmãos/RS) e saiu de lá empregado, conforme almejava.
Além de elogiar a qualidade do ensino e dos professores, Wolff credita ao bom relacionamento com as empresas o sucesso do Senai. “A escola me ajudou muito, tanto no desenvolvimento técnico de produtos, quanto na minha formação como empreendedor, pois aprendíamos a ter uma postura profissional.”
Currículo com base nas necessidades das empresas
Com duração de dois anos, mais estágio voluntário opcional, o Curso Técnico em Calçados do Instituto Senai de Tecnologia em Calçado e Logística de Novo Hamburgo/RS tem sua grade curricular dividida em quatro módulos (semestres). O currículo é construído com base nas expectativas de empresários e de representantes do setor quanto às competências profissionais necessárias para o atendimento das exigências do meio produtivo. “A metodologia orienta-se pelos aspectos didático-pedagógicos adequados para cursos desta natureza”, explica a supervisora de Educação e Tecnologia, Adriana Guiel.
Cada módulo é composto por unidades curriculares, que são unidades pedagógicas que articulam os conteúdos formativos, numa visão interdisciplinar, com vistas ao desenvolvimento das competências. Para uma formação completa, em cada unidade curricular, os conteúdos são compostos por fundamentos técnicos e científicos ou capacidades técnicas, sociais, organizativas e metodológicas, conhecimentos, habilidades e atitudes.
Com 37 alunos, o curso conta com uma turma no turno da noite. Os pré-requisitos necessários para matricular-se no Técnico em Calçados são ter pelo menos 15 anos e estar, no mínimo, cursando o 2º ano do Ensino Médio. As inscrições para novas turmas, com início das aulas previsto para 2017, serão abertas em outubro.

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